No dia 24 de fevereiro de 2025, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução proposta pelos Estados Unidos em ocasião do terceiro aniversário da invasão russa na Ucrânia. Essa resolução busca uma postura neutra em relação ao conflito, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, se mantém como um mediador na busca por um acordo de paz.
A obtenção do apoio da maioria no conselho foi um desafio, especialmente devido ao poder de veto da Rússia. A proposta americana alcançou 10 votos a favor, enquanto países como França, Reino Unido, Dinamarca, Grécia e Eslovênia optaram por se abster.
A embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, declarou ao conselho: “Essa resolução nos coloca no caminho da paz. É um primeiro passo, mas um passo crucial, do qual todos deveríamos ter orgulho”. Ela ressaltou a importância de utilizar a resolução como um fundamento para construir um futuro pacífico para a Ucrânia, a Rússia e toda a comunidade internacional.
A resolução não apenas expressa a consternação pela perda de vidas humanas no conflito, mas também reafirma o papel da ONU de promover a paz internacional e resolver disputas de forma pacífica. O texto da resolução pede um cessar-fogo imediato e a busca por uma paz duradoura.
As tentativas de mediação de Trump geraram ceticismos entre os aliados europeus e a própria Ucrânia. Há preocupações de que as negociações possam ignorar suas posições e interesses. A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, comentou: “Os termos de paz na Ucrânia são importantes e precisam enviar uma mensagem de que a agressão não compensa”. Ela enfatizou a necessidade de distinguir claramente entre as ações da Rússia e as da Ucrânia, afirmando que para se alcançar uma paz sustentável, o conselho deve abordar as causas do conflito.
Além disso, momentos antes, a Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, havia rejeitado uma tentativa dos EUA de diminuir a relevância de sua posição histórica que apoia a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. A assembleia adotou duas resoluções: uma que contava com forte apoio da Ucrânia e países europeus, e outra, inicialmente elaborada pelos EUA, que foi ajustada para incluir termos que reafirmam apoio à soberania ucraniana. Com isso, a votação se transformou em uma vitória diplomática para a Ucrânia e seus aliados.
A vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, afirmou diante da assembleia: “Essa guerra nunca foi apenas sobre a Ucrânia. É sobre o direito fundamental de qualquer país existir, escolher seu próprio caminho e viver livre de agressões”.
A resolução inicialmente desenvolvida pelos EUA, após emenda, recebeu 93 votos a favor e apenas 8 contra, além de 73 abstenções. A Rússia não obteve sucesso ao tentar emendar o texto para incluir referências às “causas fundamentais” do conflito. Enquanto isso, a resolução apoiada pela Ucrânia e países europeus foi aprovada com 93 votos a favor, 65 abstenções e 18 votos contrários. Além dos Estados Unidos, outros países que votaram contra foram Rússia, Coreia do Norte e Israel. O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, comentou: “Hoje, nossos pares americanos viram que o caminho para a paz na Ucrânia não será fácil, e haverá muitos que tentarão garantir que a paz não chegue pelo maior tempo possível. Mas isso não deve nos impedir”.