No último dia 24, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a expressar suas críticas à privatização da Petrobras, especialmente em relação à BR Distribuidora, que agora é chamada de Vibra Energia. Durante um evento em Rio Grande (RS), Lula destacou os esforços históricos para desmantelar a companhia estatal desde sua fundação. "Vocês sabem como a Petrobras foi demonizada, porque eles tinham o objetivo de desmanchar a Petrobras. Aliás, eles querem isso desde 1950. Desde que ela foi criada, trabalham contra a Petrobras", afirmou o presidente.
Lula reforçou sua opinião de que a estratégia de privatização da estatal é uma tentativa de "fatiar" a empresa, começando pela BR Distribuidora. Ele declarou: "Resolveram vender pedaços da Petrobras e começaram vendendo um grande pedaço chamado BR, nossa distribuidora de combustíveis, e queriam vender muito mais". O processo de privatização da BR teve início em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), e foi finalizado em 2021, sob a administração de Jair Bolsonaro (PL), através da venda de ações no mercado.
Em sua fala, Lula também expressou sua indignação pela privatização da BR, ressaltando que era um modelo valioso para o Brasil. "Vocês não sabem como me senti ofendido quando privatizaram a BR, que era um modelo extraordinário para o nosso país. E foi privatizada em nome do quê? Quem ganhou com a privatização da BR?", questionou.
Além disso, o presidente criticou a transparência em torno dos preços dos combustíveis, enfatizando que a população deve saber quem são os responsáveis para que possam direcionar suas insatisfações. "A gente precisa vender para os grandes consumidores direto, se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço do diesel", sugeriu, acrescentando que "o povo é, no fundo, no fundo, assaltado pelo intermediário e a fama fica nas costas do governo".
Essas declarações foram feitas em um contexto onde o governo atual busca discutir novas formas de funcionamento e distribuição de combustíveis, refletindo um desejo de reverter algumas das privatizações que ocorreram nos últimos anos. O evento no qual Lula falou também foi uma oportunidade para que o presidente acompanhasse a aquisição de novas embarcações pela Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras.
A crítica à privatização é uma trajetória contínua por parte de Lula, que frequentemente defende a importância de manter a Petrobras como uma empresa estatal forte e atuante no Brasil. Essa postura reflete uma linha de pensamento que sugere que a privatização pode levar não apenas a uma perda de controle sobre os preços e a distribuição, mas também ao comprometimento da segurança energética do país.
As falas de Lula sobre a privatização da BR e da Petrobras ressoam nas discussões políticas mais amplas em torno da economia brasileira e sua dependência em relação ao setor energético. O atual governo busca equilibrar os preços dos combustíveis e garantir que a carga não recai apenas sobre o consumidor final, mas sim em um sistema que promova uma maior equidade e responsabilidade entre os intermediários de distribuição.