O cenário econômico atual exige uma abordagem rigorosa na concessão de crédito, conforme destacado pelo Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central. Em reunião realizada recentemente, o comitê observou que a combinação da alta dos juros, a diminuição da renda das famílias e o aumento do endividamento tanto de indivíduos quanto de empresas justificam uma "cautela e diligência adicionais".
Após dois dias de discussões, o Comef divulgou uma nota destacando a necessidade de medidas mais rigorosas na oferta de crédito. A última pesquisa trimestral do banco indicou uma deterioração nas condições de concessão de crédito e uma redução na tolerância ao risco por parte das instituições financeiras, mesmo após um quarto trimestre de 2024 que apresentou um crescimento contínuo na liberação de crédito.
“O crédito obtido via mercado de capitais, em contrapartida, não apresenta sinais de inflexão a despeito das alterações nas condições financeiras”, relatou o comitê, enfatizando a estabilidade da captação de recursos no mercado.
Além disso, o Comef ressaltou a importância de os bancos manterem níveis adequados de capital e liquidez, que atualmente estão acima do exigido. Essa orientação é relevante levando em conta as incertezas econômicas que permeiam o ambiente atual, o que requer que as instituições financeiras continuem com uma política prudente em suas operações.
Com o aumento das taxas de juros e os desafios enfrentados pelos consumidores e empresas, a recomendação de cautela na concessão de crédito assume uma importância crítica. Os bancos, ao adotar uma postura conservadora diante desse panorama, poderão garantir a estabilidade financeira da instituição e, por consequência, do sistema financeiro como um todo.
A necessidade de monitorar constantemente as condições de mercado torna-se ainda mais evidente diante do potencial de deterioração econômica. Portanto, agir com cautela e diligence neste cenário é fundamental para evitar surpresas indesejadas que possam comprometer a saúde financeira das instituições e, por consequência, da economia em geral.
À medida que o Banco Central e o Comef observam o desenvolvimento destas condições econômicas e suas implicações no sistema financeiro, espera-se que as orientações e diretrizes oferecidas sirvam como um balizador para os bancos e instituições financeiras, mantendo um equilíbrio necessário entre concessão de crédito e segurança financeira.