O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez declarações contundentes em entrevista à rádio CBN Recife, na manhã de 24 de fevereiro de 2025, assegurando que "não tem motivo" para ser preso. Ele descreveu a possibilidade de sua prisão como "mais uma arbitrariedade".
Seu posicionamento vem na esteira de uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito de investigações que investigam supostas tentativas de golpe no Brasil. Durante a entrevista, Bolsonaro expressou: "Não tem motivo para prisão minha. Mais uma arbitrariedade, não tem motivo. Esperar a prisão de jeito nenhum". Ele também refutou rumores de que estaria planejando fugir do país, destacando: "Estive nos Estados Unidos durante três meses, podia ter ficado lá, tinha oferta para trabalhar por lá. E vim pra cá, enfrentar isso aqui e buscar realmente meu espaço político para 2026. Eleições de 2026 sem meu nome é negação da democracia".
A denúncia da PGR envolve acusações graves, como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Após a denúncia, a situação agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Alexandre de Moraes, relator do caso, concedeu um prazo de 15 dias para que as defesas dos acusados possam se manifestar. Assim que o prazo expirar, Moraes analisará tanto a acusação quanto os argumentos apresentados pelos advogados.
No final de semana anterior, a Polícia Federal (PF) divulgou áudios que fazem parte do inquérito, evidenciando uma possível articulação de um plano golpista. Um desses áudios foi uma conversa entre os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Fabrício Moreira de Bastos, ocorrida em 21 de dezembro de 2022. Durante o diálogo, surgem indícios de que Bolsonaro hesitou em assinar um decreto devido ao temor de prisão, alegando falta de apoio das Forças Armadas.
No áudio, Coronel Bastos comenta: "Vento mudando na guarnição…" e Coronel Corrêa Netto responde um tanto preocupado: "O que está rolando aí, velho? Eu falei com o Cid e ele disse que pode esquecer que não vai rolar nada." O coronel deixou claro que Bolsonaro não tomaria nenhuma ação sem o respaldo militar.
Na sua defesa, Jair Bolsonaro também criticou as constantes menções sobre sua possível prisão, classificando como um sustentado "prosseguimento da narrativa do golpe". Para ele, a prisão é indesejável e, se acontecer, será uma "arbitrariedade". Em sua visão, a atual situação é uma tentativa de silenciar sua voz política e cercear sua presença no cenário eleitoral de 2026.
Com a denúncia da PGR, que inclui acusações específicas de dano qualificado e grave ameaça contra patrimônio público, o caso agora aguarda a decisão do STF. Se for julgada procedente, a situação poderá levar à formalização de uma ação penal contra Bolsonaro e os outros 33 acusados mencionados na denúncia.
Assim, a expectativa agora se concentra em como o STF irá conduzir esse caso e as possíveis repercussões políticas que poderão surgir nas eleições de 2026.