Após anos afastado do palco político, Friedrich Merz ressurgiu como líder da União Democrata Cristã (CDU) e se destacou nas eleições de 23 de fevereiro, onde se posicionou como o principal adversário do atual chanceler federal alemão, Olaf Scholz. Merz traz consigo uma agenda que promete redirecionar o partido para uma postura mais conservadora, incluindo a defesa da energia nuclear e a implementação de políticas de imigração mais severas.
Com quase 2 metros de altura, Merz não passa despercebido, transmitindo uma imagem magnética. No entanto, sua aparência imponente pode causar uma primeira impressão menos amigável quando se inclina para falar mais de perto com seu interlocutor. Aos 69 anos, o político católico é natural da Sauerland e sempre manteve suas raízes próximas, vivendo até hoje nas proximidades de sua cidade natal.
Merz teve duas etapas distintas em sua carreira política: a primeira, antes da ascensão de Angela Merkel, e a segunda, depois da saída da política da ex-chanceler. Quando Merkel se tornou líder da bancada cristã em 2002, Merz, com sua postura conservadora, decidiu se afastar da vida política e focar em sua carreira jurídica, voltando ao cenário político apenas em 2021, após a aposentadoria de Merkel.
Ele estreou na política ao ingressar no Parlamento Europeu em 1989 como representante da CDU e, cinco anos depois, passou a fazer parte do Bundestag. Merz logo se destacou como um orador persuasivo, exercendo influência na bancada. Em 2005, diversificou suas atividades, integrando um escritório de advocacia internacional e ocupando cargos de alto nível em conglomerados empresariais, incluindo a Blackrock, onde foi presidente até 2020.
Com o retorno à CDU, Merz abraçou uma postura crítica em relação a questões sociais e de imigração que ele acredita estarem mal geridas. Seus resquícios da conservadora década de 1990 ficam evidentes quando se observa seu histórico de votação contra a liberalização da lei do aborto, a regulamentação do diagnóstico genético pré-implantação e a anuência do estupro no casamento.
Favorável à energia nuclear, Merz tem defendido há décadas uma política econômica mais liberal e a redução da burocracia. Recentemente, levantou novamente questões sobre imigração, com críticas contundentes à integração de estrangeiros na sociedade alemã. Ele afirmou em um programa da TV ZDF que a falha em repatriar ou deportar pessoas que não se identificam com a cultura alemã é um dos principais problemas atuais. Segundo ele, existe um descompasso cultural notável, com as crianças de origem estrangeira desafiando as autoridades educacionais.
A liderança da CDU, após a saída de Merkel, parece ter se mostrado receptiva às ideias de Merz, com um número reduzido de vozes contrárias ao seu discurso mais conservador. No entanto, alguns membros, como Markus Söder, líder da União Social Cristã (CSU), têm solicitado que Merz tome mais cuidado ao se expressar sobre questões sensíveis. Apesar disso, Merz se gaba de ter influenciado a mudança de curso na política germânica e de que sua bancada está em grande parte alinhada com suas propostas.
Com suas novas propostas, Merz imagina uma CDU que retoma posturas conservadoras marcantes, entre elas, o incentivo ao uso de energia nuclear e um endurecimento das regras de imigração. Além disso, ele desqualifica a ideia de formar uma ampla coalizão com partidos como o Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP), classificando tal aliança como um fracasso iminente.
O futuro político de Friedrich Merz e da CDU esboça um movimento de retorno às raízes conservadoras do partido, provocando debates significativos sobre a diretriz a ser seguida na Alemanha. Como a política alemã se adapta a essas novas direções, a interação e resposta do povo serão fundamentais para determinar os rumos da nova liderança.
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