O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, anunciou sua viagem à Ucrânia marcada para a próxima segunda-feira, dia 24, com o objetivo de demonstrar apoio ao presidente Volodymyr Zelensky e à democracia ucraniana. A declaração foi feita na quinta-feira, 20, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter se referido a Zelensky como um “ditador”. Essa declaração de Trump, juntamente com uma mudança no enfoque da política americana frente à guerra que já dura três anos, gerou apreensão entre os aliados europeus dos EUA, que temem que essa nova abordagem possa favorecer Moscou.
Em suas palavras, Sanchez afirmou: “Estarei em Kiev na segunda-feira para reafirmar o apoio da Espanha à democracia ucraniana e ao presidente Zelensky”, compartilhando essa mensagem em uma publicação na plataforma de mídia social X.
Além disso, Trump também insinuou que a Ucrânia era a responsável pela invasão russa que teve início em 2022. Com isso, o governo americano começou a explorar possibilidades de um acordo de paz diretamente com o Kremlin, sem a participação de Zelensky ou de seus aliados europeus.
A guerra entre Rússia e Ucrânia começou quando o exército russo invadiu o território ucraniano em fevereiro de 2022, atacando por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, que é um aliado forte do Kremlin. Nos primeiros dias da invasão, as forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram conquistar território significativo, mas as tropas ucranianas conseguiram manter o controle de Kiev, que também enfrentou ataques. O mundo inteiro condenou a invasão, levando a Rússia a sofrer sanções econômicas severas impostas pelo Ocidente.
Até outubro de 2024, após a perda de milhares de vidas, a guerra na Ucrânia atingiu um ponto crítico, descrito por analistas como o mais perigoso até o momento. As tensões aumentaram ainda mais quando Vladmir Putin autorizou o uso de mísseis hipersônicos de alcance intermediário em ataques dentro da Ucrânia. Esses mísseis, que carregavam ogivas convencionais, têm a capacidade de transportar material nuclear. Este ataque ocorreu após a Ucrânia realizar uma ofensiva dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por aliados ocidentais, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e França.
A inteligência ocidental revelou que a Rússia pode estar empregando soldados da Coreia do Norte no conflito. Tanto Moscou quanto Pyongyang não confirmaram nem negaram os relatos. Putin, que trocou seu ministro da Defesa em maio, declarou que as forças russas estão avançando de maneira mais eficiente e que todos os objetivos da Rússia na Ucrânia serão alcançados, embora ele não tenha detalhado quais seriam esses objetivos. Por sua vez, o presidente Zelensky expressou sua crença de que Putin busca dominar toda a região do Donbass, que abrange Donetsk e Luhansk, além de expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, cuja parte tem estado sob controle ucraniano desde agosto.