Mais de US$ 50 bilhões serão necessários para a reconstrução de Gaza após um conflito que se estendeu por 15 meses entre Israel e o Hamas, conforme uma avaliação divulgada por instituições como as Nações Unidas, a União Europeia e o Banco Mundial nesta terça-feira (18). A Avaliação Rápida Interina de Danos e Necessidades (IRDNA) identificou que, ao todo, serão requeridos US$ 53,2 bilhões para a recuperação e reconstrução durante a próxima década, sendo que US$ 20 bilhões são necessários nos três primeiros anos de esforços.
A ofensiva israelense em Gaza teve início após um ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1,2 mil pessoas e na captura de mais de 250 reféns, segundo dados do governo israelense. Por outro lado, a operação militar israelense causou a morte de mais de 48 mil pessoas, de acordo com informações de autoridades de saúde de Gaza, e deixou a região em estado de destruição.
O relatório destaca que anos de trabalho de recuperação serão necessários. Isso inclui a limpeza de munições não detonadas e a remoção de milhões de toneladas de entulho que se acumulou. Publicado durante um frágil cessar-fogo que começou no mês anterior, o documento alertou que as condições atuais ainda não são favoráveis para o início efetivo dos trabalhos de recuperação e reconstrução em larga escala. Isso se deve à falta de clareza sobre a administração futura do enclave e quais medidas de segurança serão implementadas.
Segundo o relatório, "a velocidade, a escala e o escopo da recuperação serão moldados por essas condições". A IRDNA apontou que mais de 292 mil residências foram destruídas ou danificadas, e 95% dos hospitais não estão operando. A economia local, por sua vez, sofreu uma contração de 83%.
Dos custos totais estimados para a reconstrução, mais da metade, cerca de US$ 29,9 bilhões, será destinada a reparar danos em infraestruturas e edifícios, incluindo moradias. Aproximadamente US$ 15,2 bilhões são necessários apenas para a reconstrução das residências. Além disso, outros US$ 19,1 bilhões serão necessários para compensar as perdas sociais e econômicas, abrangendo setores que foram severamente afetados pelo conflito, como saúde, educação, comércio e indústria.