O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comparecerá a um almoço promovido por senadores que formam o bloco de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira, 18. O evento acontecerá em um momento de grande expectativa em relação à possível denúncia que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro e outros indiciados pela Polícia Federal (PF) em um inquérito relacionado à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O almoço será organizado pelos senadores Wellington Fagundes (PL-MG), líder do bloco Vanguarda, Rogério Marinho (PL-RN), que lidera a oposição na Casa, e pelos líderes partidários Carlos Portinho (PL-MG) e Eduardo Girão (Novo-CE). O evento está marcado para começar às 12h30. A participação de Bolsonaro é significativa, visto que ele está entre os 40 indivíduos implicados pela PF em um suposto plano para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. A Polícia Federal declarou que Bolsonaro "planejou, atuou e teve o domínio" sobre a tentativa de ruptura institucional, e citou que, conforme o inquérito, o golpe não foi concretizado em função de "circunstâncias alheias à vontade" do ex-presidente.
De acordo com o relatório da PF, a conspiração se desdobrou em seis frentes, denominadas de "núcleos" que envolvem uma ação articulada contra a democracia. Os investigadores apontaram núcleos como o de "desinformação" sobre o sistema eleitoral, de "incitação" a atos golpistas, de assistência "jurídica" à ruptura e uma "inteligência paralela" que operava em favor do golpe. Além disso, existia um núcleo dedicado a articular essas frentes de forma coesa. Nos bastidores, acredita-se que a análise da PGR sobre o relatório da PF está em sua fase final. Espera-se que o procurador Paulo Gonet apresente a denúncia à Corte em breve. Como se trata de uma ação penal, a admissibilidade da denúncia e seu eventual julgamento competirão à Primeira Turma do STF.