Durante uma reunião em Dubai, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que abordou com o sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan a questão do retorno de ucranianos que estão em cativeiro na Rússia. A informação foi divulgada pela agência estatal de notícias dos Emirados Árabes Unidos, WAM. Os Emirados têm desempenhado um papel significativo na supervisão do retorno de ucranianos deportados, incluindo muitas crianças, que foram levados para a Rússia ao longo do conflito que já dura quase três anos. Zelensky enfatizou que a prioridade central de sua visita é garantir "que ainda mais pessoas do nosso povo pudessem retornar para casa do cativeiro".
No transcorrer da reunião, o sheikh Mohammed reafirmou o compromisso dos Emirados Árabes Unidos em buscar uma solução pacífica para o conflito que aflige a Ucrânia, além de apoiar iniciativas que ajudem a aliviar as consequências humanitárias da guerra. Em um contexto mais amplo, há até mesmo planos para que autoridades dos EUA e da Rússia se reúnam na Arábia Saudita em breve, com o intuito de iniciar diálogos que possam levar ao fim do conflito.
Contexto da Guerra entre Rússia e Ucrânia: O conflito teve início em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia por diversas frentes: através da fronteira russa, da Crimeia e de Belarus, que é um aliado próximo do Kremlin. Nos primeiros dias da invasão, as forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram fazer progressos significativos; no entanto, os ucranianos lograram manter o controle sobre Kiev, embora a capital tenha sofrido ataques. A invasão russa foi amplamente condenada no cenário internacional, resultando em uma série de sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Até outubro de 2024, após inúmeras perdas humanas, a guerra alcançou um ponto crítico, sendo considerado por analistas o momento mais perigoso até então.
As tensões aumentaram significativamente quando Putin decidiu utilizar um míssil hipersônico de alcance intermediário em um ataque contra solo ucraniano. Apesar de estar equipado com ogivas convencionais, o míssil possui a capacidade de carregar material nuclear, o que aumenta as preocupações em relação à escalada do conflito. Esse ataque aconteceu em resposta a uma ofensiva ucraniana dentro do território russo, onde o exército ucraniano utilizou armamentos fornecidos por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França. Além disso, informações de inteligência ocidentais indicam que a Rússia estaria empregando tropas da Coreia do Norte no conflito, mas tanto Moscou quanto Pyongyang não confirmaram nem negaram essa alegação.
Após a substituição de seu ministro da Defesa em maio, Putin declarou que as tropas russas estão progredindo com maior eficácia em suas operações. Entretanto, o presidente não forneceu detalhes sobre como pretende atingir os objetivos de guerra. Por outro lado, Zelensky indicou que os principais alvos de Putin incluem a ocupação completa da região de Donbass, que compreende as áreas de Donetsk e Luhansk, além de expulsar as forças ucranianas da região de Kursk na Rússia, que estão sob controle ucraniano desde agosto.