O mercado financeiro mostrou uma mudança nas previsões em relação ao déficit primário e à dívida pública do Brasil nos próximos anos. Segundo o relatório Prisma Fiscal divulgado recentemente pelo Ministério da Fazenda, neste ano de 2025, os economistas agora esperam um déficit primário de R$ 80 bilhões, valor inferior ao projetado anteriormente, que era de R$ 84,286 bilhões.
A nova projeção reflete uma expectativa de aumento nas receitas, combinado com uma ligeira redução das despesas do governo. Entretanto, a previsão para o ano de 2026 já é bem menos otimista, com um saldo negativo esperado de R$ 83,301 bilhões, em comparação aos R$ 79,308 bilhões previstos anteriormente.
No que diz respeito à dívida pública bruta, as expectativas também passaram por ajustes. Para o final de 2025, estima-se que a dívida chegue a 80,74% do Produto Interno Bruto (PIB), uma melhora em relação à expectativa anterior de 81,20%, mas em 2026, prevê-se que esse índice suba para 84,90% do PIB, um pequeno aumento em relação aos 84,70%% projetados anteriormente.
Essas alterações nas expectativas vêm acompanhadas de um clima de incerteza sobre a capacidade do governo em reverter a trajetória das contas públicas. Os investidores manifestam preocupação sobre a eficácia das medidas fiscais, principalmente em um cenário onde o aumento da taxa de juros pelo Banco Central tende a elevar o custo da dívida pública do país.
No final do ano passado, o governo lançou um pacote de contenção de gastos, mas essa iniciativa não foi bem recebida pelo mercado, que avalia que as medidas são insuficientes. Além disso, a crítica se estende ao projeto de reforma do Imposto de Renda apresentado recentemente.
Em resposta a essas preocupações, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está considerando uma nova série de propostas econômicas a serem apresentadas ao Congresso Nacional, embora detalhes sobre essas propostas ainda não tenham sido revelados.
A meta do governo para 2025 é eliminar o déficit primário, com a ambição de alcançar um superávit de 0,25% do PIB em 2026. A previsão de arrecadação também apresentou uma leve melhora, subindo para R$ 2,849 trilhões em 2025, comparado a R$ 2,844 trilhões estimados anteriormente. Já para 2026, a arrecadação federal é esperada em R$ 3,027 trilhões, um ajuste em relação à proposta anterior de R$ 3,009 trilhões.
Os consultores financeiros também ajustaram suas expectativas quanto às despesas totais do governo central, prevendo uma queda para R$ 2,383 trilhões este ano, um leve corte frente aos R$ 2,384 trilhões previstos anteriormente. Para 2026, a receita é agora projetada em R$ 2,541 trilhões, pelo ajuste de queda em relação aos R$ 2,546 trilhões estimados no mês passado.
Essas previsões revelam um panorama complexo e desafiador para a política fiscal do Brasil nos próximos anos,.pedindo cautela tanto por parte dos formuladores de políticas quanto dos investidores.
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