Uma recente pesquisa do Ipec, anteriormente conhecido como Ibope, mostrou que 62% dos brasileiros acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deveria disputar a reeleição no próximo ano. Em setembro do ano passado, essa porcentagem era um pouco inferior, de 58%. Além disso, a pesquisa revelou que, entre os eleitores que votaram em Lula nas eleições de 2022, três em cada dez consideram que ele não deveria buscar um quarto mandato.
Os dados mostram que apenas 35% dos entrevistados defendem a reeleição de Lula, o que representa uma leve queda em relação aos 39% registrados em setembro do ano anterior. O estudo também apontou uma forte resistência ao projeto de reeleição do presidente, especialmente entre os apoiadores de seu principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Aproximadamente 95% dos eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno estão opostos à ideia de que Lula concorra novamente. Entre os eleitores que anularam o voto ou optaram por votar em branco, essa rejeição é de 68%.
A pesquisa, realizada entre os dias 6 e 10 de fevereiro, entrevistou duas mil pessoas em 131 municípios, apresentando uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e um nível de confiança de 95%.
A pesquisa também se debruçou sobre as razões pelas quais os eleitores se opõem à reeleição de Lula. Quando questionados sobre os motivos, os entrevistados puderam responder espontaneamente. A insatisfação com seu governo foi citada como a principal razão por 36% dos recusantes. Além disso, 20% dos entrevistados alegaram que Lula é “corrupto, ladrão ou desonesto”. Outras razões mencionadas incluem a idade do presidente, que foi citada por 17% dos entrevistados, e 11% afirmaram que Lula já teve sua oportunidade, enquanto 5% mencionaram o aumento de impostos como motivação.
A análise dos dados revela que a idade avançada é uma preocupação para muitos eleitores de Lula em 2022, que não apoiam sua reeleição. Entre os que votaram nele, 31% justificam sua oposição ao fato de ele ter 79 anos. Nesse mesmo grupo, 27% acreditam que ele não está realizando um bom trabalho, e 14% afirmam que é hora de abrir espaço para novas lideranças.