O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), agendou uma reunião com o deputado Afonso Motta (PDT-RS) para a quinta-feira (13). Esse encontro ocorre em um contexto de investigações sobre supostos desvios relacionados a emendas parlamentares, sendo Afonso Motta um dos citados neste caso. Hugo Motta mencionou o encontro durante uma reunião com líderes, afirmando que o deputado de São Paulo viria a Brasília para a conversa.
Segundo o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), Hugo Motta informou que a reunião ocorreria ainda nesta quinta-feira. “Hugo Motta citou, ali na reunião, que ele [Afonso] estaria vindo para Brasília e que eles teriam um encontro”, destacou Heringer.
Em declarações à imprensa, o presidente da Câmara ressaltou que os segmentos parlamentares estão atentos à investigação, visando assegurar que todos os procedimentos sejam realizados dentro da legalidade e da justiça. A investigação está sendo conduzida pela Polícia Federal, que nesta manhã cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados pessoais, investigando supostos desvios relacionados a emendas.
Um dos alvos da operação é o assessor de Afonso Motta, identificado como Lino Rogério da Silva Furtado. Este é secretário parlamentar de Motta desde outubro de 2016. Até o momento, a Polícia Federal não fez nenhuma acusação formal contra Afonso Motta. Após ser consultada, a assessoria do deputado informou que ele não foi alvo das operações realizadas no gabinete, e que aguarda para ter acesso aos autos da investigação para se posicionar adequadamente.
Mário Heringer, líder do PDT, reiterou a importância de se preservar a presunção de inocência. “A Comissão de Ética do partido [PDT] acompanha essas investigações para tomar alguma decisão no futuro. E eu creio, sinceramente, que o Afonso [Motta] não tem nada a ver com isso, mas, se tiver, cada um vai ser responsável pelos seus erros”, afirmou o líder do partido.
A investigação da Polícia Federal revelou que há trocas de mensagens que envolvem o assessor de Afonso Motta, indicando planos para o envio de emendas em favor de uma unidade hospitalar, depois do pagamento de uma vantagem indevida. Essas comunicações foram estabelecidas entre Lino Rogério e Cliver André Fiegenbalm, que é diretor administrativo e financeiro da Metroplan, diretamente ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul.
A situação levanta questões importantes sobre a responsabilidade no uso das emendas parlamentares e a necessidade de transparência nos processos políticos. O presidente da Câmara, assim como outros líderes, está atento para que tudo transcorra de forma apropriada e dentro dos limites da legalidade, enquanto a investigação continua.
O encontro entre os deputados Hugo e Afonso Motta, mesmo em meio a esses desafios, é um momento crucial para a política brasileira, onde questões de ética e integridade devem ser discutidas e analisadas. Assim, a movimentação dos deputados gera expectativa sobre como os desdobramentos dessa operação afetarão a dinâmica política no Congresso Nacional.
Ao longo dessa investigação, é fundamental que todos os envolvidos sejam tratados com equidade e que a justiça seja feita, respeitando sempre a presunção de inocência. O Congresso Nacional deve trabalhar para restaurar a confiança do público e assegurar que tais situações não voltem a ocorrer.