A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda destacou em seu relatório que 2025 verá um crescimento global moderado e uma continuidade do processo de desinflação. As evidências apontam que essa convergência da inflação à meta será mais palpável em economias avançadas em comparação aos países emergentes.
O documento, intitulado “2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025”, aponta que as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam um crescimento global de 3,3% para o próximo ano. Mesmo que o crescimento dos Estados Unidos seja projetado para ser mais lento, devido a efeitos protraídos da política monetária restritiva, uma recuperação econômica no Japão e um crescimento na Zona do Euro são esperados.
Um dos principais desafios identificados são as práticas protecionistas, especialmente as adotadas pelo governo dos EUA, que podem impactar negativamente a economia global. “A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos tende a elevar a aversão global ao risco, contribuindo para o fortalecimento do dólar”, afirma o relatório.
Essas tarifas podem acarretar um aumento nas taxas de juros americanas, levando a uma inflação maior nos EUA. Isso, por sua vez, prejudicaria a perspectiva de flexibilização monetária e afetaria o crescimento global, afetando especialmente as economias emergentes.
Outro ponto crítico mencionado é a possível desaceleração da economia chinesa, que pode ser impactada diretamente pelas tarifas comerciais dos EUA. “Isso pode resultar em uma redução da demanda chinesa por commodities”, explica o documento. Para mitigar os efeitos adversos das tarifas, a China pode adotar medidas fiscais significativas, uma estratégia que, no passado, incluiu flexibilização monetária.
A SPE também recomenda atenção às várias dinâmicas que podem limitar a pressão inflacionária através dos preços das commodities. Um aumento da oferta de petróleo e gás nos EUA, a previsão de menor consumo de energia devido a avanços em inteligência artificial e um recorde na safra de grãos no Brasil são fatores que podem contribuir para a baixa nos preços das commodities energéticas e agropecuárias em 2025.
Por fim, o relatório conclui que os mercados financeiros provavelmente enfrentarão um aumento na volatilidade ao longo do ano. Esse cenário coloca os investidores em um estado de alerta com relação às possíveis flutuações e mudanças no ambiente econômico global.