O mercado de transplante capilar está passando por um momento de crescimento significativo, com uma previsão de expansão de 21% até 2032, de acordo com um estudo da Global Market Insights. Este setor, que registrou US$ 5 bilhões em 2022, deverá alcançar impressionantes US$ 37,5 bilhões nos próximos anos. Para o segmento de clínicas especializadas, a expectativa é que o valor chegue a US$ 25 bilhões até 2032.
Homens representam a maior parte do público que busca os tratamentos, com mais de 79% de participação nas cirurgias de transplante capilar. O aumento na procura está associado a diversos fatores, como os avanços tecnológicos no tratamento da perda capilar, melhoramento das clínicas e um aumento de conscientização sobre a eficácia dos procedimentos de transplante.
O Dr. Rafael Cerávolo, especialista em Tricologia e Transplante Capilar, destaca que o Brasil possui um grande potencial para se tornar referência global nesta área. "O transplante capilar no Brasil está em plena evolução. Acredito que o país tem o potencial de ser referência mundial na área", afirma o médico.
Além de uma questão estética, o tratamento da calvície também é visto como uma forma de recuperar a autoestima. O Dr. Cerávolo nota que há um crescimento na conscientização sobre a eficácia e segurança do transplante capilar. "Existem cada vez mais pessoas buscando o procedimento, tanto homens quanto mulheres, com expectativas realistas". Porém, ele observa que ainda há desafios a serem enfrentados, como a desinformação e o acesso a procedimentos inadequados. Para o médico, é fundamental procurar clínicas especializadas e profissionais qualificados que priorizem a segurança e o bem-estar do paciente.
O Dr. Cerávolo explica que a técnica tradicional chamada FUT (Follicular Unit Transplantation) ainda é utilizada em algumas clínicas, mas causa mais desconforto ao paciente e deixa uma cicatriz linear. "A técnica FUT consiste na retirada de uma faixa de pele da área doadora. Com o avanço das técnicas como a FUE e a DHI, é possível oferecer resultados esteticamente superiores, respeitando as necessidades de cada caso", acrescenta.
A técnica FUE (Follicular Unit Extraction) é a mais popular atualmente, pois é minimamente invasiva e não deixa cicatriz linear, permitindo uma recuperação mais rápida. A técnica DHI (Direct Hair Implantation) é considerada uma evolução da FUE, possibilitando um implante mais preciso dos folículos capilares e resultados ainda mais naturais. O estudo da Global Market Insights também destaca que a FUE pode ser mais acessível financeiramente, o que contribui para o crescimento do mercado de transplante capilar. Em 2022, a FUE detinha mais de 61% de participação no segmento.
O médico explica que na técnica FUE, os folículos capilares são extraídos individualmente da área doadora, geralmente localizada na parte de trás da cabeça, utilizando instrumentos de alta precisão. Esses folículos são então implantados um a um na área receptora, seguindo o ângulo e a direção natural do cabelo, para garantir um resultado harmonioso.
Dr. Cerávolo alerta que o resultado definitivo do transplante pode ser observado entre seis a 12 meses após o procedimento. Apesar de a técnica poder ser aplicada em áreas com cicatrizes ou queimaduras, existem algumas contraindicações absolutas e relativas. Entre elas, ele menciona doenças autoimunes não controladas, problemas de coagulação e cicatrizes quelóides, que podem afetar a segurança e os resultados do procedimento.
O especialista ressalta a importância de desmistificar a calvície, trabalhado com transparência. Ele enfatiza que esclarecer sobre como os tratamentos capilares podem ajudar e mostrar os resultados reais são fundamentais para quebrar os mitos que cercam o tema. "É importante abordar a calvície sem estigmas. É uma condição comum, e buscar uma solução é sobre autoestima e qualidade de vida. Com as técnicas modernas, é possível conquistar resultados naturais e seguros, devolvendo confiança aos pacientes", conclui.