O Instituto de Virologia de Wuhan não teve participação na criação ou no vazamento do vírus que causa a Covid-19. Essa afirmação foi feita por Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (12).
Segundo Jiakun, o rastreamento da origem do vírus é uma questão científica que deve ser discutida com um enfoque rigoroso e baseado em evidências. Ele destacou que as conclusões de que um vazamento de laboratório é altamente improvável foram obtidas por meio de uma colaboração entre especialistas da China e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que realizaram visitas a laboratórios relevantes em Wuhan e conduziram conversações profundas com os pesquisadores locais.
“Esta conclusão foi amplamente reconhecida pela comunidade internacional e pela comunidade científica”, afirmou Jiakun, reforçando que a posição da China sobre o assunto é clara. Ele também negou que o Instituto de Virologia de Wuhan tenha realizado qualquer pesquisa relacionada ao ganho de função do coronavírus, uma técnica que visa aumentar a virulência de um vírus para fins de estudo.
“A China declarou repetidamente que o Instituto de Virologia de Wuhan nunca conduziu pesquisas de ganho de função sobre coronavírus e nunca esteve envolvido na criação ou vazamento da Covid-19”, acrescentou, respondendo a questionamentos sobre reportagens que sugerem que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) teria financiado o instituto para pesquisas relacionadas.
A discussão sobre a origem da Covid-19 tem gerado intensos debates políticos e científicos desde o início da pandemia. A hipótese de que o vírus possa ter vazado de um laboratório, especialmente do Instituto de Virologia de Wuhan, ganhou notoriedade após a disseminação global do coronavírus. Embora muitos cientistas se concentrem na possibilidade de que o vírus tenha uma origem zoonótica, ou seja, transmitido por animais para humanos, a teoria do vazamento de laboratório continua a ser investigada.
A comunidade científica tem se manifestado sobre a necessidade de mais investigação sobre a origem do vírus, com muitos especialistas ressaltando que uma abordagem equilibrada, baseada em evidências, é fundamental. “É importante que continuemos a investigar todas as possíveis origens do vírus de maneira objetiva”, disse um virologista que prefere permanecer anônimo.
Além disso, entidades como a OMS têm promovido a transparência nas investigações para garantir que as descobertas sejam acessíveis e verificáveis. A colaboração internacional é vista como essencial para entender completamente o surgimento da Covid-19 e evitar futuras pandemias.
A questão da origem da Covid-19 também tem implicações políticas significativas. As relações entre a China e muitos países ocidentais, em especial os Estados Unidos, têm sido afetadas por acusações mútuas. A transparência nas investigações é frequentemente solicitada por líderes políticos que defendem uma análise independente e imparcial.
As tensões aumentaram com alegações de que a China não está cooperando integralmente com investigações internacionais. Em contrapartida, a China tem buscado destacar o papel da comunidade científica e a importância de um enfoque fundamentado em evidências.
Para enfrentar a pandemia e suas repercussões globais, a cooperação internacional e a transparência na pesquisa são fundamentais. Tendo em vista as experiências passadas, cientistas e governos devem trabalhar juntos para traçar estratégias que ajudem a prevenir novas crises de saúde pública.
A troca aberta de informações e o compartilhamento de dados são essenciais para compreender os patógenos emergentes e a dinâmica das doenças infecciosas. Somente através de um esforço conjunto e coordenado será possível enfrentar os desafios que a saúde global apresenta.