O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, compareceu nesta quarta-feira a uma audiência no Congresso, onde abordou dados recentes que indicam um aumento na inflação nos Estados Unidos. De acordo com informações, os preços ao consumidor subiram mais rapidamente do que o esperado em janeiro, o que levou Powell a afirmar que o banco central não planeja reduzir a taxa de juros no momento.
Durante o depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Powell destacou: “Estamos perto, mas não chegamos lá em relação à inflação. O dado de inflação de hoje… diz a mesma coisa”. O presidente do Fed enfatizou a importância de manter uma política monetária restritiva até que haja uma confirmação de que a inflação cairá para a meta de 2% estabelecida pelo banco central.
De acordo com o índice de preços ao consumidor (CPI), a inflação teve uma variação de 0,5% em janeiro, superando as expectativas de analistas que projetavam um aumento de apenas 0,3%. Para a visão anual, a inflação saltou para 3%, comparada a 2,9% em dezembro. O crescimento dos preços de moradia, alimentos e energia, junto ao aumento acentuado dos preços de automóveis usados, foram os principais fatores que impulsionaram essa alta.
Após a divulgação dos dados, muitos especialistas começaram a prever que o Fed pode não reduzir a taxa de juros em um futuro próximo, aguardando indícios de que as pressões inflacionárias na economia estejam realmente diminuindo.
Em resposta a questionamentos de parlamentares, Powell admitiu que o Fed poderia ter agido de forma mais rápida no início de 2021, quando a inflação começou a subir. No entanto, ele não acredita que isso teria alterado significativamente o resultado, considerando o contexto e o ritmo do aumento dos juros. Além disso, Powell mencionou que a próxima revisão da estratégia do Fed levará em conta a experiência dos últimos anos, afirmando que o banco central está aberto a críticas e disposto a fazer ajustes quando necessário.
A contínua alta nos preços ao consumidor resultou em apostas de que o Fed não cortará sua taxa básica de juros até setembro deste ano, e os investidores agora consideram que essa pode ser a única redução em 2025.
Nas redes sociais, o ex-presidente Donald Trump reiterou seu desejo por taxas de juros mais baixas, sugerindo que elas deveriam ocorrer em conjunto com os aumentos das tarifas que ele impôs. Essa declaração foi interpretada por alguns como uma referência aos rendimentos dos títulos de longo prazo, que também aumentaram após a divulgação dos novos dados inflacionários. O rendimento do Treasury de 10 anos, por exemplo, subiu aproximadamente 10 pontos-base, alcançando 4,6%.
A inflação tem sido uma preocupação central para o Fed desde sua aceleração em 2021, quando atingiu os níveis mais altos desde a década de 1980. Essa situação levou o banco a implementar uma série de aumentos nas taxas de juros. Embora a inflação tenha recuado, ela ainda não atingiu a meta estabelecida. Assim sendo, o Fed continua em um estado de espera, com declarações de que está preparado para agir conforme a economia se desenvolve sob a administração de Trump.
Com isso, Jerome Powell reiterou: “Não precisamos ter pressa”, reforçando a de que há uma tarefa importante pela frente em relação ao controle da inflação.
Finalizando sua explanação, Powell mencionou que os dados recentes sobre inflação destacam a necessidade de um esforço contínuo para levar a inflação de volta à meta de 2%. “Fizemos grandes progressos para que a inflação volte à meta, mas ainda não chegamos lá”, concluiu, reafirmando a intenção de manter a política monetária restritiva.