A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) alerta sobre os impactos que as novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos podem trazer ao comércio bilateral, principalmente no que diz respeito às importações e exportações de aço e alumínio. As medidas, que incluem uma sobretaxa de 25% sobre esses produtos, foram anunciadas na última segunda-feira (10) pelo presidente Donald Trump e devem entrar em vigor a partir de 12 de março.
Essas taxas visam proteger a segurança pública nos EUA, mas segundo a Amcham, os efeitos colaterais podem ser sentido nas compras brasileiras de produtos acabados oriundos dos Estados Unidos. A associação, que visa promover o intercâmbio comercial entre as duas nações, evidencia que a indústria siderúrgica brasileira tem uma integração significativa com o mercado americano e, portanto, pode ser seriamente afetada por essas novas políticas tarifárias.
As tarifas devem reduzir consideravelmente a competitividade brasileira no setor de exportação de aço e alumínio, podendo impactar em sua capacidade de exportação e, consequentemente, em sua relação comercial com os EUA. A Amcham enfatiza a importância dos bens manufaturados que o Brasil importa dos Estados Unidos, como máquinas, peças de aeronaves e motoristas automotivos, além dos produtos de aço. “Com as sobretaxas, há o risco de redução das importações brasileiras desses produtos de origem norte-americana”, destaca a instituição em nota.
Os dados revelam que, em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 5,7 bilhões em produtos de aço e ferro para os Estados Unidos e $267 milhões em alumínio. Aproximadamente 16,7% das vendas totais de alumínio do Brasil foram destinadas ao mercado americano. Em contrapartida, o Brasil importou US$ 1,4 bilhão em carvão siderúrgico dos EUA no ano passado, essencial para a produção de aço no país.
Em suas análises, a Amcham ressaltou que as tarifas provocariam um desestímulo das compras brasileiras em produtos americanos, que têm sido vitais para a indústria local. O superávit comercial dos EUA com o Brasil foi registrado em impressionantes US$ 7,3 bilhões em 2024, um aumento expressivo de 31,9% comparado a 2023, refletindo um potencial de crescimento que pode ser ameaçado por essas novas tarifas.
Essas novas tarifas impõem desafios significativos ao comércio entre Brasil e EUA, e ambos os países enfrentam a necessidade de dialogar para encontrar soluções que preservem o intercâmbio econômico positivo até aqui. A Amcham espera que ambas as nações consigam alcançar um entendimento que permita mitigar os riscos associados a essas medidas. Os efeitos colaterais podem não apenas prejudicar a economia brasileira, mas também afetar diretamente o superávit dos EUA com o Brasil, um indicador confiável de uma relação comercial saudável entre os países.
O tema é complexo e vale a pena ser acompanhado. O que você pensa sobre essas novas tarifas e seus impactos no comércio Brasil-EUA? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!