O bilionário Elon Musk foi escolhido por Donald Trump para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), com a missão de otimizar os gastos e a operação do governo americano. Em um intuito de cortar custos e desburocratizar a administração pública, Musk tem se empenhado nas últimas semanas em coletar dados sobre as agências federais.
De acordo com informações, os esforços iniciais do DOGE têm se concentrado em organizações como a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) e o Departamento de Educação, entre outros. Desde o início das atividades, a equipe de Musk tomou o controle do Serviço Digital dos EUA (USDS) e do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), e está mapeando gastos em programas, mão de obra e propriedades públicas.
Neste contexto, o bilionário adotou uma abordagem muitas vezes considerada não convencional. Relatórios indicam que Musk está implantando pessoas leais em posições de liderança, ainda que essas pessoas não tenham a autorização habitual para acesso a dados sensíveis. Além disso, seu grupo tem se aventurado em acessar informações internas e ganhar controle sobre fluxos financeiros em diversas agências.
Essa estratégia, todavia, gerou preocupações legais e políticas. Críticos temem o potencial de abuso de poder e o uso indevido de informações confidenciais que podem resultar da grande quantidade de acesso que Musk e sua equipe estão obtendo. Embora Musk argumente que suas medidas têm como objetivo principal a eficiência orçamentária, há fontes que levantam a suspeita de que há uma motivação ideológica por trás de suas decisões.
Em uma recente ordem executiva, Trump determinou que as agências federais cooperem com o DOGE, visando uma redução significativa da força de trabalho e restringindo futuras contratações. Musk precisa entender como ocorrem os fluxos financeiros das agências antes de prosseguir com os cortes. Para isso, sua equipe está coletando uma vasta gama de dados pessoais e financeiros de cidadãos americanos, e aqueles que se recusam a colaborar estão sendo demitidos ou afastados.
Conforme relatos de funcionários das agências, a equipe do DOGE tem atuado de forma rápida e, em alguns casos, sem passar pelos trâmites tradicionais, contornando os servidores de TI. Isso possibilita que tenham acesso e promovam alterações em grandes volumes de dados governamentais, muitas vezes sem supervisão adequada. Fontes do setor afirmam que há um plano de integrar ferramentas de inteligência artificial nos sistemas governamentais, com o intuito de analisar contratos e promover cortes.
Com relação à estrutura física das agências, a equipe de Musk tem buscado métodos pouco ortodoxos para forçar demissões. Um dos métodos considerados inclui o fechamento de escritórios próximos e o deslocamento de trabalhadores para locais mais distantes, na tentativa de tornar a continuidade no emprego insustentável. Esse tipo de estratégia poderia viabilizar cortes de gastos sem necessidade de aprovação legislativa, sendo um mecanismo de ação que contorna as limitações impostas pela Constituição.
Na Administração de Serviços Gerais (GSA), o administrador interino e outros indicados por Trump estão implementando cortes de custos que chegam a 50%. Essas medidas têm avaliado o uso de imóveis federais e promovido a diminuição da equipe, de acordo com e-mails internos que comunicaram esses planos. Um e-mail enviado por Michael Peters, novo chefe do serviço de prédios públicos, criava expectativas de que trabalhadores seriam deslocados, gerando assim uma alta rotatividade no pessoal. A GSA está sob responsabilidade de implementar estas mudanças para otimizar o uso dos recursos e garantir que o governo opere com maior eficiência.