As vendas do comércio varejista brasileiro mostraram um ressurgimento em janeiro de 2025, registrando um crescimento de 2,8% no comparativo mensal, conforme revelado pelo Índice do Varejo Stone (IVS). Este índice também apontou um aumento de 1,9% quando analisado em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento vem em um contexto em que o setor enfrentou queda em novembro e dezembro de 2024.
Segundo Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone (STOC31), a recuperação observada em janeiro deve ser interpretada com cautela. Ele recomenda atenção ao cenário macroeconômico, que ainda se apresenta instável. “O crescimento do comércio deve ser considerado em função de uma base de comparação baixa, devido às quedas dos meses anteriores”, explicou Calvelli.
O desemprego no Brasil estava em 6,2% em dezembro, indicando um mercado de trabalho relativamente aquecido, embora dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) tenham mostrado uma desaceleração nas contratações formais. Adicionalmente, a inflação dos alimentos, com um aumento acumulado de 8,2% nos últimos 12 meses, eleva a pressão sobre as famílias que enfrentam dificuldades financeiras.
No que se refere ao comércio digital, as vendas apresentaram uma leve queda de 1,6% em janeiro, enquanto as lojas físicas registraram uma elevação de 1,5%. No acumulado de 12 meses, as tendências foram similares, com o comércio digital perdendo 1,6% e o comércio físico crescendo 1,5%.
Uma análise mais detalhada das vendas por segmento revela que todos os oito setores avaliados apresentaram crescimento em janeiro:
Na comparação anual, o segmento de Combustíveis e Lubrificantes foi o que teve o melhor desempenho, com um crescimento de 9,3%, seguido por Artigos Farmacêuticos que apresentou alta de 3,9%. Hipermercados e Supermercados também se destacaram com um aumento de 2,3%, assim como Livros e Papelaria, com 1,5%. Por outro lado, o segmento de Móveis e Eletrodomésticos enfrentou uma retração de 6,2%, enquanto Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico tiveram uma leve diminuição de 0,1%.
Quando analisados os dados regionalmente, 19 estados do Brasil demonstraram um desempenho positivo em comparação anual, com destaque para:
No entanto, sete estados tiveram resultados negativos, sendo o Piauí o que registrou a maior queda, com 1,9%, seguido por Mato Grosso do Sul (1,4%) e Rio Grande do Sul (1,1%). O Distrito Federal se manteve estável, sem variação, enquanto outros estados como Santa Catarina e Paraná também apresentaram pequenas quedas.
Esses dados ressaltam um panorama misto para o varejo brasileiro, indicando áreas de crescimento, mas também desafios que precisam ser enfrentados. Com as mudanças constantes no cenário econômico, os próximos meses se mostram cruciais para o desempenho do comércio.
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