O grupo terrorista Hamas se pronunciou sobre a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que mencionou a possibilidade de um 'inferno' em Gaza se a organização atrasasse a entrega de reféns israelenses. Em resposta, o Hamas afirmou que tais ameaças apenas complicam a situação já delicada entre as partes, além de dificultar o retorno dos reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023.
A declaração do Hamas se deu após um acordo de cessar-fogo, que está em risco, com 33 reféns israelenses ainda aguardando libertação. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está discutindo possíveis respostas ao adiamento prometido pelo Hamas, ao mesmo tempo em que a ONU apela pelo cumprimento do cessar-fogo.
Sami Abu Zuhri, um dos líderes do Hamas, disse: 'Trump deve lembrar que há um acordo que deve ser respeitado por ambas as partes, e esta é a única maneira de trazer os prisioneiros de volta. A linguagem de ameaças não tem valor e só complica as coisas.'
Trump, em declarações feitas a repórteres, comentou que se todos os reféns não fossem devolvidos até o prazo de sábado às 12 horas, acreditava ser apropriado cancelar o acordo, insinuando represálias.
O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, anunciou que a libertação de reféns programada para sábado foi adiada 'até novo aviso', acusando Israel de violar as condições do acordo. As reclamações incluem o não retorno de palestinos deslocados para o norte de Gaza e a falta de facilitação de ajuda humanitária. Em resposta, Israel já deu ordens ao Exército para se preparar para 'todos os cenários'.
A situação em Gaza se torna ainda mais crítica à medida que a trégua, estabelecida após mais de 15 meses de conflitos, enfrenta desafios. Desde 19 de janeiro, 21 reféns, incluindo 16 israelenses, foram libertados em troca de mais de 700 prisioneiros palestinos. No total, 33 reféns israelenses precisam ser libertados até 1º de março.
Recentemente, o Gabinete de Segurança de Israel se reuniu em Jerusalém para discutir os próximos passos após o adiamento na libertação dos reféns. As reuniões foram acompanhadas por manifestações de familiares e grupos que pressionam o governo para garantir o retorno dos sequestrados, refletindo a urgência da situação.
Além disso, a morte de Shlomo Mansour, um idoso sequestrado pelo Hamas, foi confirmada, elevando a tensão entre as partes. Netanyahu expressou suas condolências à família do falecido.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, reiterou em suas redes sociais a necessidade de se cumprir integralmente o acordo de cessar-fogo, evitando uma escalada das hostilidades que seria devastadora para a população local. Ele pediu que o Hamas continue com a libertação planejada dos reféns.