A recente 'guerra dos bonés' no cenário político brasileiro ganhou novos contornos com a atualização das redes sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua nova foto de perfil, Lula exibe um boné branco com a frase "O Brasil é dos brasileiros", que já está disponível em seus perfis do Instagram, TikTok e Kwai.
Essa batalha simbólica teve início quando os governistas utilizaram o acessório durante as eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Se no começo o boné era um símbolo da base aliada, rapidamente a oposição também aderiu, criando suas próprias versões do item. As mensagens incluíam uma crítica direta, com a frase "Comida barata novamente. Bolsonaro 2026".
No vídeo divulgado por Lula na semana passada, ele apareceu com um boné azul, destacando sua entrada nessa disputa visual que ecoa um fenômeno observado nos Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump e seus apoiadores utilizavam chapéus com a frase "Make America Great Again" - traduzida como "Torne a América Grande de Novo". No Brasil, a versão que surgiu foi apelidada de boné "anti-Trump".
A primeira utilização pública deste boné aconteceu em 1º de fevereiro, durante as eleições para as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, quando membros da base governista apresentaram a novidade. Apenas dois dias depois, no dia 3, a oposição resolveu responder com suas próprias versões, montando um embate que se intensificou nas redes sociais e além.
O conceito por trás das mensagens atribuídas ao boné azul teve origem com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que foi um dos primeiros a usar o acessório. A ideia da frase que acompanha o boné foi sugerida pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, um profissional com histórico em marketing político.
No entanto, a crescente utilização de bonés e a insistência em mensagens visuais não foram bem recebidas por todos. Em uma declaração no dia 4, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, criticou tanto os apoiadores de Lula quanto os de Jair Bolsonaro (PL), que, segundo ele, dedicaram os primeiros dias de atividades do Congresso a enviar mensagens com bonés ao invés de focar em pautas mais relevantes.
Com essa nova estratégia de comunicação, tanto Lula quanto seus adversários tentam capturar a atenção do público e manifestar suas mensagens em um cenário político em constante transformação. A questão que permanece é: até que ponto esse estilo de comunicação, que se utiliza de símbolos e frases, impactará a percepção do eleitorado? As redes sociais estão se tornando uma arena para este tipo de disputa, refletindo as preocupações, as críticas e as esperanças dos cidadãos brasileira.