As eleições presidenciais e legislativas no Equador começaram neste domingo, com a presença de mais de 13,7 milhões de eleitores convocados para escolher seus próximos líderes. O atual presidente, Daniel Noboa, e a candidata do correísmo, Luisa González, estão entre os favoritos na disputa. Este pleito ocorre em um contexto de crescente violência e crime organizado, que transformou o país em um dos locais mais perigosos do mundo.
Os 4.439 centros de votação abriram suas portas às 7h locais e permanecerão abertos até as 17h (8h às 19h em Brasília). Após o fechamento das urnas, a contagem dos votos terá início, com a expectativa de que os resultados fiquem prontos até a noite.
Se nenhum dos candidatos atingir mais da metade dos votos ou, pelo menos, 40% com uma margem de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, haverá um segundo turno em 13 de abril. A cédula de votação conta com 16 candidatos, mas a disputa se polariza entre Noboa, da Ação Democrática Nacional (ADN), e González, da Revolução Cidadã (RC).
Aos 36 anos, Noboa já foi eleito uma vez e derrotou González nas eleições extraordinárias de 2023, um pleito convocado para preencher a vaga deixada por Guillermo Lasso, que não completou seu mandato. O presidente, que é herdeiro de uma das maiores fortunas do Equador, tem sua candidatura focada em uma estratégia rígida de combate ao crime.
Por outro lado, González representa a esperança do grupo de Correa em retornar ao poder após oito anos de governo opositor. Além da eleição presidencial, os equatorianos também irão escolher os novos membros da Assembleia Nacional, que passará de 137 para 151 parlamentares, além de cinco representantes para o Parlamento Andino.
O cenário eleitoral é marcado por um estado de "conflito armado interno", declarado por Noboa desde o início de 2024, como resposta ao aumento da violência associada ao crime organizado. Em 2023, o Equador registrou a maior taxa de homicídios da América Latina, transformando o que foi um dos países mais seguros em um dos mais perigosos. Durante a campanha, ambos os candidatos contaram com a proteção de forças especiais e seguranças, em um esforço para evitar incidentes como o assassinato de Fernando Villavicencio, um dos principais postulantes nas eleições de 2023.
Devido à situação tensa, medidas de segurança extraordinárias foram implementadas em nível nacional, incluindo o fechamento das fronteiras com a Colômbia e o Peru para estrangeiros entre este sábado e a segunda-feira. Noboa também ordenou a militarização de portos usados por organizações de narcotráfico para o transporte de drogas para a América do Norte e Europa. Um contingente de 56 mil policiais e 48 mil militares foi mobilizado para assegurar a segurança nas seções eleitorais, especialmente nas regiões costeiras, onde os níveis de criminalidade são mais elevados.