O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, fez uma reviravolta em suas declarações, ao informar que não existem estudos em andamento para o aumento do Bolsa Família. Essa decisão foi anunciada em uma nota oficial na última sexta-feira (7), após a Casa Civil afirmar que o tema não estava na pauta do governo.
Dias havia anteriormente sugerido que a possibilidade de ajuste no valor do benefício “estava na mesa”, o que gerou reações tanto dentro como fora do governo. Em sua declaração recente, a assessoria do ministro reforçou que "não há nenhum estudo em andamento sobre o aumento do valor do benefício do Bolsa Família e nem agenda marcada para tratar do tema". O foco do ministério continua sendo garantir a proteção social para os cidadãos em situação de vulnerabilidade, com ações alinhadas às diretrizes do governo federal.
Atualmente, o Bolsa Família garante um repasse mínimo de R$ 600 por família inscrita. A controvérsia começou quando Dias foi questionado sobre a possibilidade de aumento do benefício durante uma entrevista à agência Deutsche Welle Brasil. Na ocasião, o ministro indicou que o assunto estava sendo discutido, especialmente devido à alta dos preços dos alimentos. "Está na mesa. A decisão vai ser tomada até o final de março", disse.
No entanto, esta nova posição do governo desestimula qualquer expectativa de revisão dos valores em curto prazo. Uma nota posterior da Casa Civil, juntamente com outra do ministério da Fazenda, reafirmou que o tema não é uma prioridade e não será discutido nas próximas reuniões de governo. Portanto, a declaração de Dias em relação a um possível aumento provocou um descompasso em suas comunicações junto aos demais membros do governo.
O ministro também mencionou que apresentará um relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre fevereiro e março. Ele argumentou que o aumento dos preços no setor alimentício é o principal ponto a ser considerado, afirmando que o problema já não está associado ao câmbio, mas sim à "elevação brusca" dos preços.
"O principal problema já não é o câmbio. Temos que manter [o benefício no piso de] 40 dólares, que é o padrão internacional para o consumo", acrescentou Dias, ressaltando que a situação é um "ponto fora do planejado". Segundo ele, o ministério trabalhará com a expectativa de um ano inteiro e convocará todos os envolvidos na Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) para tomar decisões em conjunto com o presidente Lula, dada a relevância do tema e suas repercussões sociais.
Com uma situação econômica desafiadora, a necessidade de um ajuste nas políticas de assistência social se torna cada vez mais evidente, mas o caminho a seguir ainda é incerto. O governo continua a enfrentar pressões externas e internas sobre como lidar com a questão da pobreza e da inflação, especialmente em relação aos alimentos. Assim, a expectativa sobre futuros ajustes no Bolsa Família permanece envolta em incertezas e debates.
Essa decisão traz à tona questões relevantes sobre a proteção social e como o governo deve agir em um cenário econômico pendente. O que se espera agora é um posicionamento mais claro, que possa equilibrar a responsabilidade fiscal com a necessidade de assistência à população vulnerável. O descompasso nas informações gera preocupações sobre a comunicação do governo, que deve ser mais coesa para evitar confusões semelhantes no futuro.