O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, compareceu na última quinta-feira (6) à sexta audiência de seu julgamento no Tribunal Constitucional. Nessa sessão, três testemunhas estavam programadas para depor, conforme o tribunal faz a revisão do impeachment que foi aprovado em 14 de dezembro.
A crise política que envolve Yoon teve início com a sua declaração de lei marcial, que resultou em tumultos e tensões constitucionais em todo o país. Han Duck Soo, o primeiro-ministro, também enfrentou um processo de impeachment em meio a esse contexto turbulento. Yoon, acusados de liderar uma insurreição, encontra-se atualmente em um centro de detenção desde sua prisão no mês passado.
Durante a audiência anterior, que ocorreu na terça-feira (4), Yoon afirmou que não havia sentido em debater alegações segundo as quais ele teria dado ordens para remover os legisladores que se reuniram para votar a suspensão da lei marcial, já que “nada realmente aconteceu”. O Tribunal Constitucional é responsável por decidir se Yoon será efetivamente removido do cargo ou reintegrado. Se sua destituição for confirmada, uma nova eleição presidencial deverá ocorrer em até 60 dias.
A acusação contra Yoon é grave, envolvendo insurreição por conta de sua breve declaração de lei marcial feita no início de dezembro. Essa ação, que gerou um turbilhão político, fez com que muitos cidadãos revivessem memórias do período autoritário do passado. O presidente justificou sua decisão afirmando que o principal partido da oposição tinha tendências de apoiar a Coreia do Norte e desenvolver atividades consideradas antiestatais. Contudo, essa declaração foi rapidamente revogada pelo parlamento.
Yoon, que nega qualquer irregularidade, foi formalmente acusado pelo parlamento e continua sob custódia. As autoridades anunciaram os casos de indiciamento na noite de domingo (26), tornando-o o primeiro presidente em exercício a enfrentar acusações desse tipo na história sul-coreana.
Durante as sessões parlamentares, alguns dos comandantes de Yoon depuseram, afirmando que receberam instruções diretas para arrombar as portas do parlamento e “arrastar para fora” os legisladores que estavam presentes. O presidente, por sua vez, negou essas alegações. Após sua declaração de lei marcial, Yoon supostamente orientou o primeiro vice-diretor do Serviço Nacional de Inteligência, Hong Jang-won, a aproveitar a situação para “prender” uma lista de 14 figuras políticas e jurídicas, incluindo o líder da oposição, e “limpar tudo”. Ele também teria sugerido que o serviço de inteligência tivesse a liberdade para iniciar uma investigação de contrainteligência, além de fornecer apoio financeiro e pessoal.
Essas conversas, que foram inicialmente reveladas por legisladores que estavam a par do conteúdo, foram confirmadas por Hong à CNN, o que acrescenta mais impacto ao caso que envolve Yoon Suk Yeol.
À medida que o julgamento avança, a atenção do público se volta para o desfecho dessa situação, que poderá ter consequências significativas para a estabilidade política da Coreia do Sul e o futuro do país em um cenário já incerto.
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