A Arábia Saudita manifestou, em declaração divulgada nesta quarta-feira (5), sua posição de que não estabelecerá relacionamentos diplomáticos com Israel sem a criação de um Estado palestino independente. Este pronunciamento surge após comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia afirmado na terça-feira (4) que não havia exigências dos sauditas em relação à Palestina.
Trump, durante uma coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sugeriu que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza, que foi severamente danificada por conflitos, após o reassentamento dos palestinos. Essa proposta encontrou forte resistência e levou a expressões de descontentamento entre os países árabes.
O Ministério das Relações Exteriores saudita, em sua declaração, reafirmou que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman deixou claro e explícito que a posição da Arábia Saudita é inequívoca e não admite interpretações. Além disso, enfatizou que a Arábia Saudita não aceita quaisquer esforços que visem o deslocamento dos palestinos de suas terras. “Nossa posição em relação aos palestinos é inegociável”, afirmou o comunicado.
Enquanto isso, durante a coletiva, Netanyahu expressou otimismo ao afirmar que a paz entre a Arábia Saudita e Israel “vai acontecer”. Este comentário reflete os meses de esforços diplomáticos liderados pelos Estados Unidos, que buscaram facilitar a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel.
No entanto, a intensificação do conflito em Gaza desde outubro de 2023 motivou a Arábia Saudita a adiar conversas sobre a normalização das relações com Israel, devido à sua preocupação com a crescente oposição árabe em resposta às ações israelenses.
Essas dinâmicas complexas indicam que, enquanto alguns países buscam um entendimento, há um forte apelo por uma solução que garanta a criação de um Estado palestino, algo considerado fundamental por Riad e outras nações da região.
Diante desse cenário desafiador, a posição saudita não apenas reafirma seu apoio ao povo palestino, mas também lança uma nova camada de complexidade nos esforços em busca de paz no Oriente Médio. As declarações feitas tanto pelo lado saudita quanto por Netanyahu vislumbram um futuro onde os laços diplomáticos possam se desenvolver, mas apenas sob condições claras que respeitem os direitos do povo palestino.