O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (4) a retomada de sua estratégia de "pressão máxima" sobre o Irã, com o objetivo de eliminar as exportações de petróleo do país até que ele desista de seus esforços para desenvolver armas nucleares. Durante uma importante reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump assinou um memorando que reafirma a postura rigorosa de Washington em relação ao Irã, semelhante àquela adotada durante seu primeiro mandato.
Ao justificar a decisão, Trump classificou a nova ação como “muito difícil”, revelando alguma indecisão. Ele enfatizou que o Irã não deve possuir uma arma nuclear e expressou esperança de que um acordo possa ser alcançado com o governo de Teerã.
Trump criticou o ex-presidente Joe Biden, alegando que sua administração falhou em executar as sanções contra a exportação de petróleo de maneira eficiente, permitindo que o Irã comercializasse petróleo para financiar tanto seu programa nuclear quanto milícias armadas no Oriente Médio. O líder da vigilância nuclear da ONU, em uma declaração à Reuters em dezembro, apontou que o Irã tem aumentado “drasticamente” o enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, um passo alarmante em direção ao limite de 90% necessário para a produção de armamentos nucleares. O governo iraniano, no entanto, nega que esteja intentando desenvolver uma arma nuclear.
O memorando assinado por Trump contém diversas orientações, incluindo a ordem para que o secretário do Tesouro dos EUA leve a cabo uma “pressão econômica máxima” sobre o Irã, aplicando sanções e estabelecendo mecanismos de cobrança contra aqueles que violarem as diretrizes já existentes. Além disso, orienta tanto o Tesouro quanto o Departamento de Estado a implementar uma campanha cujo objetivo é reduzir as exportações de petróleo iranianas para zero.
A missão do Irã nas Nações Unidas, localizada em Nova York, não respondeu imediatamente a solicitações de comentários sobre a nova política dos EUA. Segundo estimativas da Administração de Informação de Energia dos EUA, as exportações de petróleo do Irã geraram US$ 53 bilhões em 2023 e US$ 54 bilhões no ano anterior. A produção do Irã alcançou seu nível mais elevado desde 2018 em 2024, de acordo com os dados da OPEP. Durante seu primeiro mandato, Trump conseguiu reduzir as exportações de petróleo iranianas quase a zero depois de reimpor as sanções. No entanto, sob a administração Biden, as exportações aumentaram, uma vez que o Irã conseguiu contornar as sanções recentes.
A Agência Internacional de Energia, com sede em Paris, acredita que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e outros membros da OPEP têm capacidade suficiente para compensar qualquer perda nas exportações do Irã, que, curiosamente, também é membro da OPEP.