O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que as conversas sobre o futuro do Canal do Panamá estão em andamento, enquanto ele intensifica a pressão sobre o país centro-americano a respeito do uso desta vital hidrovia. As declarações foram feitas durante um evento no Salão Oval, na terça-feira, dia 4 de fevereiro de 2025.
Durante esse evento, Trump mencionou que, desde que chegou à Casa Branca, tem considerado a possibilidade de reassumir o controle do canal. Essa afirmação destaca a relevância estratégica do canal, que é considerado um dos principais corredores marítimos do mundo. O presidente enfatizou a preocupação com a influência da China, afirmando que a presença chinesa na região representa uma ameaça ao canal e uma violação do tratado entre os EUA e Panamá.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também participou das discussões. Ele relatou ter mantido uma “conversa franca e respeitosa” com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, no último domingo, dia 2 de fevereiro. Essa conversa parece ter sido parte dos esforços de Trump para fortalecer a posição dos Estados Unidos em relação às operações do Canal do Panamá.
Trump não deixou de ressaltar sua intenção de “retomar” o controle dessa importante hidrovia. O Departamento de Estado dos EUA, através de Rubio, entregou uma mensagem clara ao governo panamenho: a presença da China no canal é vista como uma ameaça. O governo americano tem demonstrado preocupação constante quanto às atividades chinesas na região, que, segundo Trump, poderiam comprometer o funcionamento e a segurança do canal.
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, após as conversas com Rubio, indicou que está aberto a rever a concessão de 25 anos concedida à CK Hutchison Holdings, uma empresa de Hong Kong, a qual foi renovada em 2021 para a operação dos dois portos de entrada do canal. Essa disposição do líder panamenho pode ser uma resposta ao aumento da pressão dos Estados Unidos sobre as atividades da China na área e suas implicações para os interesses americanos.
A situação no Canal do Panamá continua a ser um reflexo da dinâmica geopolítica atual, onde noções de soberania e controle estratégico estão constantemente em debate. A posição dos Estados Unidos, sob a administração de Trump, tem buscado reorientar a política externa em relação à América Latina, especialmente em contextos onde a influência da China tem crescido.
As discussões em torno do Canal do Panamá são, portanto, um indicativo de como a geopolítica continua a moldar as relações entre os países e como os Estados Unidos planejam reagir diante de novas realidades globais. O canal não é apenas uma infraestrutura de transporte, mas um ponto crucial onde interesses econômicos e estratégicos se entrelaçam, tornando-se um tema importante nas agendas políticas de nações envolvidas.
À medida que as negociações avançam, o olhar do mundo se volta para essa hidrovia, questionando quais serão as repercussões das ações dos EUA e da resposta do Panamá. Essa situação poderá resultar em transformações significativas na forma como o canal é administrado e pelas potências que buscam influência na região.