O ataque israelense ao Campo de Refugiados de Jenin, na Cisjordânia, gerou comparações com a devastação vivenciada na guerra em Gaza. Mohammed Jarrar, o prefeito da região, afirmou que a operação causou a destruição de 120 prédios e resultou no deslocamento de cerca de 15 mil pessoas. Em suas palavras, “o que está acontecendo na cidade de Jenin e no campo de refugiados nas últimas duas semanas é semelhante ao de Gaza, mas em menor escala.”
As **cenas de destruição** em Jenin são alarmantes, especialmente para as milhares de famílias que perderam suas casas. Enquanto o exército israelense estava em operação, os serviços básicos de saúde, água e alimentos foram severamente afetados. Jarrar expressou sua preocupação de que o número de deslocados possa aumentar à medida que os combates continuam e que a cidade se encontra em uma verdadeira crise humanitária.
Desde o início do cessar-fogo em Gaza, Israel intensificou suas ações militares na Cisjordânia, levando a Organização Não Governamental (ONG) de direitos humanos a relatar a morte de pelo menos três palestinos. O ataque, conhecido como “Operação Muro de Ferro”, ocorreu apenas dois dias após a implementação do cessar-fogo, o que gerou um clima de tensão e alerta na região.
Em resposta a essas operações, o exército israelense justifica suas ações afirmando que o objetivo é eliminar “terroristas e infraestrutura terrorista”, além de garantir que o terrorismo não retorne após o fim da operação. De acordo com dados do Ministério da Saúde palestino, mais de 40 palestinos foram mortos na Cisjordânia desde o começo da ofensiva, sendo que 25 dessas vítimas eram de Jenin. A situação é ainda mais grave com a informação de que dezenas de pessoas ficaram feridas nessa mesma operação.
O contexto político também influencia a situação na Cisjordânia. O Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um político com visões nacionalistas, declarou que a segurança na região agora faz parte dos “objetivos de guerra” do país. Recentemente, ele demonstrou sua oposição ao cessar-fogo entre Israel e Hamas, reforçando que a prioridade do governo é a operação militar em curso na Cisjordânia.
Jarrar enfatizou que a operação militar em Jenin é, na verdade, uma manobra política. Comentou que, para alguns membros do governo israelense, isso pode ser visto como uma oportunidade de anexar a Cisjordânia e incentivar a emigração de palestinos. O prefeito indicou que, assim como ocorreu durante a guerra em Gaza, escolas poderiam ser transformadas em abrigos para os deslocados, que se enfrentam a um cenário de **inabitabilidade**.
“Hoje, o Campo de Jenin é inabitável e exigiria grandes esforços de reparação para que se mantivesse de pé”, disse. Ele alertou que a situação é crítica, destacando que muitos dos deslocados podem precisar de moradia temporária durante pelo menos seis meses.
A escalada do conflito apresentou novas diretrizes em relação às operações militares na Cisjordânia, com o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, prometendo que as tropas permanecerão em Jenin mesmo após o término da operação atual. Essa decisão levanta uma série de perguntas sobre o futuro da região e o que isso significa tanto para Jenin quanto para a Cisjordânia como um todo.
A situação se agrava ainda mais com a declaração da Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina (UNRWA), que informou que o Campo de Jenin se transformou em uma verdadeira **cidade fantasma**. “Operações conduzidas por forças de segurança israelenses e palestinas levaram ao deslocamento forçado de milhares de moradores do campo, muitos dos quais agora não terão para onde retornar. O básico da vida se foi”, disse a UNRWA.
A agência alertou que as imagens do caos em Jenin minam o frágil cessar-fogo alcançado em Gaza e aumentam o risco de uma nova escalada no conflito. A comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar deste drama humano, que não só afeta diretamente os residentes de Jenin, mas também compromete a paz na região em um cenário já delicado.
À medida que a situação continua a evoluir, é crucial que a comunidade internacional intervenha e busque soluções que priorizem a paz e a estabilidade, reduzindo o sofrimento da população civil. O futuro da Cisjordânia e de seus habitantes depende de ações imediatas e eficazes que abordem tanto as causas raízes do conflito quanto as necessidades humanitárias urgentes.
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