A recente decisão do presidente Donald Trump em retirar os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas marcou um momento significativo nas relações internacionais. A ordem executiva foi anunciada no Salão Oval da Casa Branca, em uma cerimônia com a imprensa nesta terça-feira, 4.
Além da saída do conselho, Trump decidiu também bloquear o financiamento destinado à Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA). Essa ação é parte de uma política mais ampla que reflete a postura do governo em relação ao auxílio a refugiados palestinos.
Esse movimento coincide estrategicamente com a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a Washington D.C., que sempre se opôs ao auxílio internacional voltado aos refugiados palestinos. Netanyahu afirmou que a agência envolve-se em atividades que prejudicam Israel, alegando que seus funcionários estão ligados a ações terroristas contra o país.
Após assinar a ordem, Trump comentou: “Sempre acreditei que as Nações Unidas tivessem um potencial tremendo, mas não estão fazendo jus a esse potencial neste momento”. Ele acrescentou que a organização precisa de uma avaliação crítica, uma vez que os Estados Unidos não estão recebendo a assistência necessária nos conflitos em que atuam como mediadores.
Com essa nova decisão, Trump não só reafirma a desilusão com a ONU, mas também acrescenta críticas à administração dessa organização, afirmando: “Esta deveria ser a principal prioridade da ONU”. Entretanto, ele deixou claro que os EUA continuarão colaborando com a ONU, desde que haja uma reavaliação em sua abordagem atual.
A ordem executiva também inclui uma avaliação do envolvimento dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É notável que, durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já havia suspendido o financiamento à UNRWA, questionando a eficácia da agência e sugerindo que os palestinos deveriam assumir a iniciativa nas negociações de paz com Israel.
Vale ressaltar que durante o governo Trump, a saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU ocorreu por três anos e meio, sendo que essas relações foram reestabelecidas durante a presidência de Joe Biden, de 2022 a 2024. Desta forma, as decisões atuais refletem uma continuidade em uma política externa que privilegia as relações com Israel em detrimento do apoio a organizações que lidam com questões de direitos humanos.