Papa Francisco expressou sua profunda indignação em relação às mortes de crianças em conflitos globais durante uma cúpula dedicada aos direitos das crianças, realizada no Vaticano nesta segunda-feira. O líder católico afirmou que "nada vale a vida de uma criança", reforçando sua postura firme em defesa da infância em meio a guerras e violências que assolam diversas regiões do mundo.
O pontífice, que nas últimas semanas tem se manifestado sobre a campanha militar de Israel em Gaza e o conflito entre Rússia e Ucrânia, não entrou em detalhes sobre quais guerras estava se referindo. Ele enfatizou que "o que temos visto tragicamente quase todos os dias nos últimos tempos, ou seja, crianças morrendo sob bombas... é inaceitável". Francisco completou dizendo que "matar crianças é negar o futuro", destacando a importância da vida infantil para o futuro da sociedade.
O Vaticano, que tem lidado com graves escândalos de abuso sexual infantil ao longo das últimas décadas, reunirá nesta conferência figura importantes, como a rainha Rania da Jordânia, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, e a ex-presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, que compartilharão suas perspectivas sobre como garantir os direitos das crianças em situações de vulnerabilidade global.
Nos últimos meses, o Papa tem intensificado suas críticas à situação em Gaza, descrevendo a crise humanitária no território palestino como "muito séria e vergonhosa" antes do cessar-fogo que ocorreu em janeiro. Em seu discurso desta segunda-feira, o líder religioso também lamentou o crescimento do número de crianças deslocadas devido a conflitos, que segundo a ONU, já alcança a marca de aproximadamente 38 milhões. Ele enfatizou: "Estamos aqui hoje para dizer que não queremos que isso se torne o novo normal" e ressaltou que a sociedade deve "se recusar a se acostumar com isso".
Além disso, Francisco se pronunciou sobre as dificuldades enfrentadas por crianças imigrantes e sem documentos nas fronteiras dos Estados Unidos e México. Ele descreveu esses pequenos como "as primeiras vítimas daquele êxodo de desespero e esperança feito por milhares de pessoas vindas do Sul em direção aos Estados Unidos da América". A cúpula do Vaticano representa um espaço importante para promover um diálogo global em torno dos direitos da infância e buscar soluções para essas questões urgentes.
O apelo do Papa Francisco é um chamado à ação contra a normalização da violência e da morte de crianças, sublinhando a necessidade de defesa ativa de seus direitos. A conferência busca unir lideranças e especialistas para colaborar em formas de proteger as crianças e garantir sua segurança e bem-estar em todo o mundo.