A pílula anticoncepcional surgiu nos anos 1960, nos Estados Unidos, e é comercializada no Brasil desde 1962. O remédio é considerado um marco para as mulheres, uma vez que conferiu maior autonomia sobre seus corpos e sobre a decisão de engravidar ou não.
Para explicar mais sobre esse tipo de método contraceptivo, a ginecologista da clínica Ginelife, Ana Carolina Romanini, responde a perguntas comuns sobre o uso de anticoncepcionais. Confira a seguir as principais questões abordadas:
A médica explica que a maioria dos anticoncepcionais hormonais pode causar efeitos colaterais, mas a intensidade e o tipo variam. Os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, alterações de humor, inchaço, sensibilidade mamária e irregularidades menstruais. "Nem todas as mulheres vão apresentar esses efeitos e a maioria pode usar sem problemas significativos", destaca Ana Carolina.
Não. Quando uma mulher utiliza anticoncepcionais hormonais, os hormônios presentes atuam de maneira a prevenir a ovulação e regular o ciclo menstrual enquanto estão sendo utilizados. "Assim que o uso é interrompido, os hormônios são eliminados do corpo e a fertilidade geralmente retorna rapidamente, muitas vezes no ciclo seguinte", afirma a ginecologista.
Antes de iniciar qualquer método anticoncepcional, é essencial consultar um ginecologista. O profissional avaliará o histórico de saúde da paciente e recomendará a opção mais adequada. "Além disso, é preciso realizar acompanhamento regular, as consultas de rotina servem também para monitorar a saúde e discutir qualquer efeito colateral que possa surgir. Isso permite ajustes no método, se necessário", afirma Ana Carolina. Ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios e evitar o tabagismo são hábitos que ajudam a minimizar os riscos. "Por último, deve-se seguir as orientações de uso do anticoncepcional de forma rigorosa, como tomar a pílula no mesmo horário todos os dias", completa.
Muitos se referem aos anticoncepcionais hormonais como uma "bomba relógio", mas, conforme a médica, é possível, sim, levar uma vida saudável enquanto se utiliza esse método. "Cada mulher reage de maneira diferente a eles. Para muitas, os anticoncepcionais são importantes para evitar a gravidez, e para outras, ajudam na regularização do ciclo e até no controle de cólicas e TPM", ressalta a ginecologista.
O uso prolongado pode estar associado a alguns riscos, que dependem do tipo de hormônio e fatores como a idade da paciente e o histórico de saúde.
Mulheres grávidas, lactantes, aquelas com doenças cardiovasculares ou histórico de trombose, que têm câncer hormônio-dependente ou doenças hepáticas ou renais graves não devem utilizar hormônios contraceptivos.
A médica afirma que, apesar de ter uma ação mais local, o anel vaginal também libera estrogênio e progesterona na corrente sanguínea.
Entre os métodos hormonais estão: pílula anticonceptiva, adesivo contraceptivo, anel vaginal, injeção contraceptiva, implante subcutâneo e DIU hormonal. Já os métodos não hormonais incluem: preservativos, diafragma, capuz cervical, espermicidas, tabelinha, coito interrompido e DIU não hormonal. Destaca-se que preservativos e o DIU possuem a maior eficácia na contracepção e são os únicos que protegem contra IST's (infecções sexualmente transmissíveis).
Existem DIUs hormonais e não hormonais. O não hormonal não libera hormônios, enquanto o hormonal contém progesterona, que tem uma ação mais local e pouca absorção sanguínea. Essa progesterona não aumenta o risco de trombose, conclui a médica.
Entender como funcionam os anticoncepcionais e suas implicações para a saúde da mulher é essencial para fazer escolhas informadas. Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar o uso e busque orientação regular.