Em uma ação que promete aumentar as tensões comerciais, Donald Trump anunciou neste sábado (1/2) a implementação de tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de 10% sobre produtos provenientes da China.
Após a assinatura da ordem que oficializa essas taxas, as reações dos governos canadense e mexicano não tardaram a chegar. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, se manifestou imediatamente, revelando que seu país responderia com tarifas próprias que afetam investimentos que somam US$155 bilhões. Trudeau detalhou que US$30 bilhões dessas tarifas iniciarão seus efeitos já na próxima terça-feira (4/2), enquanto os US$125 bilhões restantes serão implementados em um prazo de 21 dias.
“Não queremos estar aqui, não pedimos por isso. Mas não recuaremos na defesa dos canadenses”, afirmou Trudeau, que adiantou que as tarifas abrangerão diversos produtos, como cerveja, vinho, bourbon e eletrodomésticos. O primeiro-ministro também reconheceu que o cenário será desafiador para ambos os países nas próximas semanas.
Do lado mexicano, a presidente Claudia Sheinbaum anunciou em suas redes sociais que deu instruções ao secretário da Economia para adotar “medidas tarifárias e não tarifárias em defesa dos interesses do México”. Embora não tenha detalhado quais seriam essas ações, Sheinbaum criticou abertamente a decisão de Trump, defendendo que “não é impondo tarifas que os problemas se resolvem, mas sim conversando e dialogando”.
A China também preparou sua resposta, informando que contestará formalmente as tarifas impostas pelos EUA por meio da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo chinês declarou que as novas tarifas “violam seriamente” as normas da OMC, pedindo um diálogo aberto e a cooperação entre os países.
Trump justificou a imposição das tarifas alegando que elas são necessárias para combater a “grande ameaça das drogas mortais e imigração illegal” que estariam afetando a segurança e a saúde pública nos Estados Unidos. Ele citou especificamente o México, afirmando que as tarifas continuarão até que o país coopere mais efetivamente na luta contra o narcotráfico. A Casa Branca ainda insinuou que grupos de narcotraficantes estariam em conluio com o governo mexicano.
Em resposta às acusações de Trump, Claudia Sheinbaum negou veementemente tais insinuações, chamando-as de caluniosas. “Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca contra o governo mexicano”, declarou. Ela afirmou que se alianças realmente existem, seriam as dos EUA que vendem armas de alto poder aos grupos criminosos.
Quanto a Justin Trudeau, ele declarou que a fronteira entre os EUA e o Canadá é “uma das mais seguras do mundo”, ressaltando que menos de 1% do fentanil que acaba nos EUA tem origem canadense. “Essa ação comercial contra o Canadá não é a melhor maneira de trabalharmos juntos para salvar vidas”, acrescentou, sugerindo que outras abordagens seriam mais eficazes.
Esse embate entre os países da América do Norte sinaliza uma escalada nas tensões comerciais e políticas que pode ter impactos significativos não apenas nas relações bilaterais, mas também em toda a economia global.
Com essas reações, o cenário se torna ainda mais incierto, e a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa disputa tarifária. A continuidade do diálogo e a busca por soluções pacíficas se tornam cada vez mais essenciais para evitar um prolongado confronto que poderia afetar milhões de cidadãos.