Na espera pela liberação dos editais de fomento e financiamento da prefeitura, os cortejos acabam adiando a busca por patrocinadores.
O pré-carnaval em São Paulo já ganhou força desde o meio de janeiro, com ensaios abertos e festas pagas que ajudam a estruturar os desfiles. Os eventos são uma tradição entre os principais blocos da capital paulista. Bruno Ferrari, diretor do bloco Confraria do Pasmado, explica que o mês de janeiro não era uma época movimentada para o carnaval.
“A gente ensaiava porque precisava. Nos últimos anos, quando São Paulo se tornou um dos centros do carnaval no Brasil, as pessoas começaram a tentar antecipá-lo. Então, começamos a fazer os ensaios em diversos formatos, desde irmos até uma praça apenas com a bateria, até os ensaios bem produzidos, como os da Casa Natura”, diz Bruno.
Outro bloco, o Ritaleena, que celebra sua decada de vida, sempre realiza eventos tributo a Rita Lee. No aniversário de São Paulo, foi realizado um evento especial no Cine Jóia. Alessa, uma das co-fundadoras do bloco, destaca a importância dessas festividades.
“Além de ensaiar, você começa a criar esse espírito de carnaval, a conectar o bloco com os foliões. Nos ensaios fechados, onde o ingresso é cobrado, você cria uma fonte de renda, mesmo que ela não pague a conta toda, já que é muito difícil financiar um bloco”, explica Alessa.
Enquanto aguardam a liberação dos editais de fomento e financiamento do carnaval de rua, muitos blocos, como o Pagu, dependem das festas para manter a estrutura. Mariana Bastos, diretora-fundadora do bloco, menciona que as festas ajudam a cobrir custos como o pagamento de músicos.
“Uma parte do valor fica para a casa noturna, outra paga os músicos e o restante fica para o bloco. Mas é uma quantia que está sempre em risco, porque a gente nunca sabe ao certo quanto vai arrecadar”, comenta Mariana.
As casas noturnas desempenham um papel essencial na realização desses eventos. Pedro Keiner, fundador e diretor do bloco Filhos de Gil, recorda que usar esses espaços foi uma maneira de fortalecer a presença do bloco.
“A gente gosta mesmo é de fazer música, sabe? Mesmo que uma festa não resolva a nossa vida ou dê muita margem de lucro, o cachê que entra é super importante para cada pessoa do bloco”, afirma Pedro.
Emerson Boy, do trio Jegue Elétrico, ressalta que a realidade é desafiadora para os blocos menores. Ele menciona que, apesar das dificuldades, as festas são fundamentais para o carnaval.
“Eu sou carnavelesco! E são os blocos que fazem o carnaval”, diz Emerson, expressando seu amor pela festa.
Aqui está a agenda dos blocos para o fim de semana:
01/02 - Sábado
02/02 - Domingo
Prepare-se para o carnaval, participe das festas e apoie os blocos!