A abertura de empregos formais no Brasil alcançou a marca de 1,69 milhão em 2024, conforme divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (30). Esse número representa um aumento significativo de 16,5% em relação ao ano anterior, quando foram gerados cerca de 1,45 milhão de postos com carteira assinada.
Os dados revelam uma recuperação no mercado de trabalho, após dois anos de desaceleração no ritmo de criação de vagas. Apenas em dezembro do ano passado, as demissões superaram as contratações, resultando em um saldo negativo de 535,54 mil empregos formais. No entanto, o resultado ainda é promissor se comparado ao mesmo período do ano anterior.
A análise do cenário econômico por parte do governo aponta que a expansão da economia foi um fator crucial para essa recuperação. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou que, apesar das críticas à alta de juros implementadas durante a presidência de Roberto Campos Neto no Banco Central, a nova gestão de Gabriel Galípolo tem o desafio de não perpetuar uma política que pode prejudicar o orçamento público.
Os juros continuam em 13,25% ao ano, uma decisão influenciada por uma diretoria que possui uma predominância de diretores nomeados pelo governo atual. Marinho destacou que essa dinâmica requer responsabilidade no manejo da taxa Selic, para evitar um novo ciclo de aumento que comprometa o mercado de trabalho.
A preocupação com os altos juros também está ligada à inflação, que, no ano passado, ficou acima da meta, alcançando 4,83%. A força da economia, combinada com o aumento do dólar e gastos públicos, tem contribuído para essas pressões inflacionárias. O Banco Central reitera que a dinâmica do mercado de trabalho desempenha um papel importante em conter a alta de preços, especialmente no setor de serviços, que tem visto um aumento significativo.
Além disso, houve um aumento no salário médio de admissão, que em dezembro de 2023 atingiu R$ 2.128,90. Essa elevação salarial é um reflexo direto da melhoria nas condições do mercado de trabalho, que vê a inclusão de trabalhadores com carteira assinada, abrangendo também os informais.
Esses números ressaltam a importância do monitoramento contínuo das políticas econômicas e suas repercussões no emprego, mostrando que, apesar dos desafios, a criação de postos de trabalho formais está em ascensão, trazendo esperança para a economia nacional.