Resposta Rápida do Governo Lula
Escaldado pela repercussão negativa após o recuo nas novas regras do Pix, o governo Lula (PT) agiu rápido para barrar as investidas da oposição nas redes sociais em relação à alta no preço dos alimentos, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (24).
Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a prévia da inflação perdeu ritmo e ficou em 0,11% em janeiro. O resultado foi influenciado pela elevação no preço dos alimentos, o que impediu a primeira deflação da série histórica do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15).
Harmonia nos Esforços Governamentais
Haverá uma reação efetiva se o tripé formado pela comunicação, pela política econômica e pela política como um todo do governo forem bem. Eles precisam funcionar harmonicamente, o que não vinha ocorrendo até então.
Apurei que o governo, depois de ter sido derrotado pelas fake news da taxação do Pix, dessa vez conseguiu desmontar a bomba da oposição nas redes sociais com a questão do preço dos alimentos. Desta vez, esses posts tiveram menos repercussão nas contagens feitas pelo Planalto justamente porque o governo teria agido rápido. Tales Faria, colunista do UOL.
Os posts-bombas armados pela oposição diziam que haveria intervenção nos preços, não simplesmente medidas para evitar aumentos, e pior: o Planalto planejava vender comida com prazo de validade vencido para a população de baixa renda. Esse último caso poderia assumir proporções gigantescas na avaliação do governo e da equipe de comunicação, igual como ocorreu com a taxação do Pix.
Primeiro, o ministro da Casa Civil Rui Costa desmentiu publicamente que haveria intervenção do governo nos preços. Ele próprio havia dado uma entrevista falando a palavra 'intervenção', o que margem aos posts da oposição. Rui Costa explicou que se tratam de simples medidas para ajudar a baixar os preços, e não uma intervenção no mercado.
Fernando Haddad [ministro da Fazenda] também negou que seriam concedidos novos subsídios aos agricultores, o que poderia atrapalhar o ajuste. O mais importante foi divulgar que a flexibilização no prazo de validade dos alimentos não está sendo levada em conta pelo governo. Os ministros vieram a público rapidamente para dizer que esta proposta era dos donos de supermercado e que o governo nem teria cogitado adotá-la.
É claro que os bolsonaristas ainda insistirão em posts e memes na internet. Mas a verdade é que o governo avalia que eles não farão um estrago nem próximo ao que ocorreu com a história da taxação do Pix. Ontem mesmo os posts da oposição já estavam perdendo força significativa na contagem feita pelo Planalto. Tales Faria, colunista do UOL.
Preparação para Novos Desafios
O governo Lula (PT) enfrenta um novo desafio crucial para sua popularidade, arranhada após recuar nas novas regras do Pix, com a discussão sobre a alta no preço dos alimentos, afirmou o colunista Josias de Souza.
O governo não está lidando bem com o problema. Primeiro o ignorou no ano passado. Agora, Lula parece ter enxergado que negligenciar o Pix aleija, mas descuidar da inflação mata - e pode matar o projeto político dele.
Enquanto o Palácio do Planalto se reúne para discutir o problema da inflação, saíram os dados do IBGE sobre o IPCA-15, que é uma prévia da inflação. Eles mostram que o problema permanece. A inflação está subindo e a dos alimentos, que é a que bate mais diretamente no bolso do brasileiro mais pobre, sobe mais do que o índice geral.
O alarme da impopularidade continua soando no Planalto, daí essa movimentação. Mas ainda não parece haver harmonia e um conjunto homogêneo de decisões. A largada foi atabalhoada. Há nas declarações de Fernando Haddad uma preocupação exacerbada em colocar a bola no chão e deixar claro que não há mágica nisso, por que o mercado acha que o governo vai tirar um ou vários gambás da cartola a qualquer momento. Josias de Souza, colunista do UOL.
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Tags: Governo, Lula, Inflação, Alimentos, Economia Fonte: economia.uol.com.br