Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), afirmou em uma recente entrevista que a possibilidade de anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 à sede dos Três Poderes em Brasília não é razoável. Segundo ele, as investigações em andamento são rigorosas e investigam crimes de "altíssima gravidade". "Nós fizemos uma investigação muito dura, muito séria, muito consistente e que apura crimes de altíssima gravidade", destacou Rodrigues durante o programa Roda Viva da TV Cultura.
Rodrigues expressou sua opinião pessoal, afirmando que não considera aceitável discutir a anistia para aqueles que cometeram atos tão graves. "Eu, e aqui é a minha opinião pessoal, não acho razoável que se fale em anistia para quem comete esse crime dessa magnitude", completou. O diretor também se manifestou sobre a questão do financiamento dos ataques, negando a existência de "mega-financiadores" por trás dos atos orquestrados.
Embora tenha descartado a presença de grandes patrocinadores, Rodrigues mencionou que havia um "financiamento disperso" para os ataques. Ele relatou que a investigação identificou várias contribuições menores que ajudaram a sustentar a logística dos atos, afirmando que os financiadores foram responsabilizados. "O que havia, sim, era esse financiamento disperso onde uma pessoa fornecia determinado insumo, outra uma questão logística, outra recursos e isso está lá apontado no inquérito policial", explicou.
A proposta conhecida como "PL da Anistia", que poderia beneficiar os presos pelos ataques aos Três Poderes, está atualmente paralisada na Câmara dos Deputados. Recentemente, uma decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a análise da proposta na véspera da votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo informações recentes, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que é o favorito para suceder Lira, deverá seguir uma estratégia similar, focando apenas em temas que consigam obter consenso.
A base aliada do governo está se mobilizando para barrar o avanço desta proposta, enquanto a oposição busca a aprovação do projeto, sugerindo mudanças que possam beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), permitindo que ele recupere seus direitos políticos e a elegibilidade.