Um grave incidente ocorreu na Coreia do Sul, onde caças da Força Aérea do país bombardearam acidentalmente uma área civil, provocando feridos e danos materiais. O evento, que deixou cerca de oito a quinze pessoas feridas, aconteceu na cidade de Pocheon, localizada a aproximadamente 40 quilômetros de Seul, perto da fronteira com a Coreia do Norte. As informações foram confirmadas pela Força Aérea sul-coreana após o lançamento inesperado de oito bombas MK-82 de 225 quilos.

O episódio se deu durante exercícios militares programados, e essas bombas foram lançadas por dois caças KF-16 que, devido a um erro na inserção de coordenadas por um dos pilotos, acabaram caindo fora da área destinada ao treino. Como resultado, foram danificadas três casas e uma igreja na região. “Lamentamos os danos causados pelo lançamento acidental anormal e desejamos aos feridos uma rápida recuperação”, declarou a Força Aérea em um comunicado oficial.

Os militares sul-coreanos afirmaram que criarão um comitê para investigar a situação e determinar a extensão dos danos causados à comunidade civil. O erro foi agravado pela decisão de um piloto que utilizou coordenadas incorretas, resultando no lançamento de quatro bombas por cada um dos dois jatos envolvidos.

Em decorrência do incidente, as autoridades decidiram suspender os exercícios de tiro real até que uma compreensão adequada sobre as causas do erro fosse estabelecida. Contudo, isso não deve impactar os grandes exercícios militares conjuntos anuais entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, programados para começarem na próxima segunda-feira.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul indicou que os exercícios previstos em Pocheon fazem parte das atividades conjuntas de formação que ocorrem anualmente, e um funcionário do ministério confirmou que será instaurado um inquérito para entender por que o segundo caça KF-16 também lançou bombas em direção à área civil. A população local, que vive há anos sob a sombra de possíveis acidentes relacionados aos campos de treino militar, já havia manifestado sua preocupação sobre os riscos associados a esses exercícios.

Em resposta ao ocorrido, o prefeito de Pocheon, Paek Young-hyun, descreveu os bombardeios como “terríveis” e pediu que as operações militares na cidade fossem interrompidas até a implementação de medidas confiáveis que garantam a segurança da população. O município, que abriga cerca de 140.000 residentes, abriga também três grandes campos de tiro utilizados pelas forças armadas sul-coreanas e americanas.

Os exercícios militares Freedom Shield, que estão programados para ocorrer entre os dias 10 e 20 de março, têm como objetivo principal fortalecer a prontidão da aliança entre Coreia do Sul e Estados Unidos para ameaças, especialmente vindas da Coreia do Norte. O Estado-Maior Conjunto de Seul (JCS) informou que o treinamento deste ano será pautado por “lições aprendidas com conflitos armados recentes”, além de buscar reforçar a parceria militar entre a Coreia do Norte e a Rússia.

O porta-voz das Forças dos Estados Unidos na Coreia (USFK), Ryan Donald, comentou que “nossos estrategistas olham para o mundo todo e identificam as tendências que estão mudando e analisam como podemos incorporar isso em nossos exercícios”. Para este ano, aproximadamente 70 sessões de treinamento conjunto estão programadas, conforme indicado por Lee Sung-jun, também porta-voz do JCS.

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