Um incidente alarmante ocorreu durante um exercício militar controlado pela Força Aérea da Coreia do Sul, onde bombas lançadas por caças provocaram danos significativos em um bairro civil, resultando em ferimentos para quinze pessoas. O acidente se deu na cidade de Pocheon, localizada a cerca de 40 quilômetros de Seul, na manhã de quinta-feira (6), causando preocupação entre os moradores locais.
A Força Aérea sul-coreana, junto com o corpo de bombeiros, confirmou que o episódio deixou 15 feridos, sendo que duas dessas pessoas apresentaram ferimentos graves. As autoridades locais relataram que, no momento dos exercícios, oito bombas Mk82, que estavam sendo utilizadas por jatos KF-16, caíram fora da área designada para os disparos. As casas e uma igreja da região foram danificadas pelo impacto dessas explosões.
Em um comunicado, a Força Aérea expressou seu pesar pelos danos causados pelo ocorrido. “Lamentamos os danos causados pelo acidente de queda anormal e desejamos aos feridos uma rápida recuperação”, disseram os representantes militares. Os esforços para garantir a segurança estavam em andamento, pois as equipes de emergência evacuaram os residentes locais para fazer a verificação de possíveis bombas não detonadas na área.
Pocheon é uma cidade que fica próxima à fronteira com a Coreia do Norte e tem sido palco de protestos por parte de seus habitantes em relação à perturbação que os exercícios militares causam nas suas vidas cotidianas, assim como os potenciais riscos associados a esses campos de treinamento. Eventualmente, os moradores foram deslocados para um local seguro durante as operações de verificação.
Na mesma data, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou que as forças sul-coreanas e americanas estavam realizando os primeiros exercícios conjuntos em Pocheon, que são parte das atividades militares anuais agendadas para ocorrer na próxima semana. A partir de segunda-feira (10), terá início o exercício anual denominado Freedom Shield, que se estenderá até 20 de março. O Estado-Maior Conjunto (JCS) de Seul destacou a importância dessas práticas, que visam aprimorar a prontidão diante de potencialidades de ameaça, especialmente por parte da Coreia do Norte.
O porta-voz do JCS, Lee Sung-jun, afirmou que as atividades deste ano incorporarão “lições aprendidas com conflitos armados recentes” e observarão a crescente colaboração da Coreia do Norte com a Rússia. “Nossos planejadores olham para o mundo todo e identificam as tendências que estão mudando e nós olhamos como podemos incorporar isso em nossos exercícios”, disse Ryan Donald, porta-voz das Forças dos Estados Unidos na Coreia (USFK), referindo-se à extensa preparação para o exercício deste ano, que contará com cerca de 70 sessões combinadas de treinamento no campo.
Esse incidente ressalta a necessidade de analisar atentamente os protocolos de segurança durante os exercícios militares e a relevância de garantir que esses eventos não coloquem em risco a vida de civis, destacando as preocupações que muitos residentes têm com relação à proximidade dos campos de treinamento militar em áreas habitadas.