Em 2025, o Brasil enfrenta sua quinta onda de calor do ano, um fenômeno amplificado pelas mudanças climáticas, resultado da queima de combustíveis fósseis. Um estudo recente revelou que cinco grandes empresas petrolíferas são responsáveis por trilhões de dólares em danos globais relacionados a situações extremas, como ondas de calor, secas e enchentes. Neste contexto, surge a interrogação: quem são essas petroleiras, qual o impacto real dessas emissões e como o Brasil reage a tal crise climática?
A intensidade das ondas de calor no Brasil é alarmante, com a quinta ocorrência em 2025 já registrada. Essa situação, que atinge todo o território nacional, é particularmente severa em estados como Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Entre 2018 e 2023, a Petrobras, uma das principais responsáveis, acumulou cerca de 500 bilhões de dólares em danos causados, refletindo um impacto profundo na saúde pública e na segurança hídrica, além de contribuições econômicas associadas a desastres.
Em um estudo publicado pela Climate Analytics em abril de 2025, foi evidenciado que grandes empresas do setor são as principais responsáveis por danos financeiros relacionados às mudanças climáticas. As petroleiras, que continuam a expandir a produção de petróleo e gás com apoio governamental, têm uma responsabilidade financeira enorme, somando trilhões em prejuízos sociais e ambientais. No Brasil, a Petrobras se destaca com seus impactos financeiros elevados.
Os registros de temperaturas em 2025 são alarmantes. O Rio de Janeiro chegou a 40,6°C, e em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, a temperatura atingiu 43,1°C. Tais elevações não apenas endossam a urgência de um sistema de saúde robusto, como também aumentam as demandas por energia e recursos hídricos, pressionando tanto áreas urbanas quanto rurais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já emitiu alertas graves para 15 estados e o Distrito Federal em virtude dessa situação crítica.
As consequências do aquecimento global no Brasil não se restringem às ondas de calor. O país também observou enchentes devastadoras e secas prolongadas. Entre abril e maio de 2024, enchentes no Rio Grande do Sul afetaram mais de 90% do estado, resultando em um deslocamento de mais de 600 mil pessoas e 183 mortes. Pesquisas mostraram que as chuvas intensas eram duas vezes mais prováveis devido à queima de combustíveis fósseis, exacerbando a crise social e alimentando uma insegurança hídrica continuada, que compromete diretamente a agricultura e a subsistência da população.
Apesar dos impactos evidentes das mudanças climáticas, as políticas públicas brasileiras ainda priorizam o combate ao desmatamento em detrimento da redução das emissões do setor energético. Com o crescimento contínuo das operações das petroleiras, apoiadas pelo governo, esse cenário se torna preocupante. Essa dicotomia nas ações governamentais dificulta um progresso significativo na mitigação das mudanças climáticas e amplia a vulnerabilidade das comunidades frente a novos eventos extremos.
O cenário descrito enfatiza a urgência de uma transição energética justa e imediata, reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis e fortalecendo a resiliência das comunidades brasileiras. A responsabilização financeira das petroleiras pelos danos causados é um passo essencial para forçar mudanças estruturais que salvaguardem o meio ambiente e promovam a saúde pública no longo prazo.