O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja embarcarão para Roma para participar do funeral do papa Francisco, conforme confirmação do Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 21 de abril. O governo brasileiro declarou luto oficial de sete dias em respeito ao pontífice, que faleceu aos 88 anos devido a complicações cardíacas. A comitiva presidencial, que será definida na terça-feira, deve partir tão logo o Vaticano estabeleça o cronograma do funeral.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto informou que a viagem ocorrerá conforme as definições do Vaticano, que planeja a cerimônia entre os dias 25 e 27 de abril. O velório, que adota tradições católicas para papas, é esperado para ocorrer na Basílica de São Pedro e se estenderá por nove dias.
Lula elogiou o compromisso de Francisco com as causas sociais, destacando em um vídeo: "Francisco foi o líder dos que não têm voz, das vítimas da fome e da crise climática". O presidente e a primeira-dama mantiveram um diálogo frequente com o papa, incluindo um encontro em 2024 para discutir temas como a guerra na Ucrânia e combate à desigualdade. Em março de 2023, o casal realizou uma missa pela saúde do pontífice no Palácio da Alvorada.
O decreto que declara luto nacional determina que as bandeiras fiquem a meio-mastro em todo o território até 28 de abril. Lula, em seu pronunciamento, reiterou a afinidade ideológica com o papa, que sempre se opôs a guerras e fez alertas sobre a destruição ambiental. Esta declaração acontece em um cenário onde o governo brasileiro busca apoio externo para suas iniciativas ambientais e sociais.
O legado de Francisco como o primeiro papa latino-americano e sua relação próxima com o Brasil são significativos. Ele visitou o Brasil em 2013 para a Jornada Mundial da Juventude, e a presença de Lula no funeral pode consolidar a projeção do Brasil em fóruns internacionais. A viagem ocorre em um período estratégico, semanas antes da Cúpula do G20, onde a paz mundial será um tema central de discussão.
Com essa visita, o Brasil não apenas presta homenagem ao papa, mas também reforça sua posição nas relações internacionais, especialmente em tempos de desafios globais.
“Ele condenou guerras que matam civis e alertou sobre a destruição do planeta”, disse Lula, ao ressaltar a importância do legado do papa.