Chungin Lee, estudante de Ciência da Computação na Universidade Columbia, foi suspenso após desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial chamada "Interview Coder", que ajuda candidatos a trapacear em entrevistas técnicas de programação. A suspensão ocorreu em março de 2025, mas recentemente, Lee levantou impressionantes US$ 5,3 milhões para expandir seu projeto.
O "Interview Coder" ganhou notoriedade por gerar respostas para testes técnicos, algo essencial para avaliar a verdadeira capacidade dos candidatos. A universidade considerou a ferramenta como uma ferramenta de trapaça que compromete a integridade do processo seletivo. A suspensão de Lee, no entanto, não foi diretamente pela criação da ferramenta, mas sim pela divulgação pública de documentos do processo disciplinar, infringindo um acordo com a instituição.
Lee, por sua vez, argumenta que seu software não é uma forma usual de trapaça, já que não pode ser utilizado para enganar em trabalhos acadêmicos, apenas em entrevistas de emprego externas.
Apesar dos obstáculos, o projeto obteve atenção de investidores. Lee conseguiu levantar US$ 5,3 milhões em uma rodada de financiamento para expandir o uso da inteligência artificial para outras áreas além das entrevistas de emprego. Ele declarou que o objetivo é criar uma plataforma que permita "trapacear em tudo", explorando as capacidades da IA em várias tarefas que exigem habilidades específicas.
Ante a suspensão, a startup já apresentava um desempenho promissor, com estimativas de receita anual em US$ 2 milhões, validando a demanda do mercado e o potencial do produto. Lee passou a compartilhar vídeos demonstrando o uso do seu software em entrevistas reais, o que alienou a denúncia por parte de um terceiro que se sentiu prejudicado.
O caso levanta dilemas éticos que estão cada vez mais presentes no cenário educacional e no mercado de trabalho. O uso de IA para otimizar processos que antes dependiam somente da avaliação humana provoca discussões sobre justiça e ética na seleção de candidatos e no uso dessa tecnologia.
Especialistas têm destacado que recursos como o "Interview Coder" criam um ambiente em que a linha entre assistência tecnológica e fraude se torna nebulosa. Por outro lado, há quem acredite que essa tecnologia pode democratizar oportunidades, proporcionando acesso a candidatos menos experientes.
Após a suspensão, Lee e seu cofundador decidiram abandonar a universidade para se dedicar exclusivamente à sua startup, onde visam o desenvolvimento contínuo da IA. A situação originou um debate acirrado sobre a necessidade de regulamentação do uso da tecnologia em processos seletivos e a urgência de atualização das políticas acadêmicas em relação a inovações tecnológicas.
Com o novo financiamento, a startup de Lee está em expansão, explorando novas aplicações da IA que podem influenciar não só o recrutamento técnico, mas diversas outras áreas do mercado.
Este incidente evidencia como a inteligência artificial está não apenas reformulando a realidade do mercado de trabalho, mas também desafiando os conceitos éticos e de avaliação tradicionais, exigindo uma reflexão aprofundada sobre os limites e as potencialidades dessas tecnologias emergentes.