Washington, 17 de julho de 2024 — Joe Biden revelou sua agenda para os primeiros cem dias de um possível segundo mandato, destacando a recuperação do direito ao aborto e a elevação do salário mínimo federal. O plano, divulgado por meio de um vídeo no X (ex-Twitter), se opõe diretamente às propostas de Donald Trump, seu principal rival na corrida presidencial.
No vídeo de 1 minuto e 19 segundos, Biden criticou Trump, afirmando: "A agenda de 2025 de Trump iria fazer [os EUA] retroceder. Meu plano continuará a avançar o país". Essa abordagem visa capitalizar politicamente sobre a revogação da Roe vs. Wade em 2022, que retirou as proteções federais ao aborto.
Biden afirmou que pretende codificar a Roe vs. Wade como uma lei federal, restabelecendo a permissividade ao aborto até a 24ª semana de gestação.
A proposta também inclui elevar o salário mínimo federal para US$ 15/hora, medida estagnada no Congresso desde 2021.
A experiência dos primeiros 100 dias de 2021, quando Biden assinou 42 ordens executivas e aprovou um plano de US$ 1,9 trilhão como resposta à COVID-19, influenciou o novo plano. O foco atual está em consolidar conquistas e superar obstáculos legislativos com ações executivas.
O anúncio ocorre em um momento de competição acirrada nas pesquisas, com o objetivo de energizar a base democrata. Ao mencionar "governar por instinto", Biden responde às críticas de que sua administração é guiada mais pelo pragmatismo do que por uma ideologia rígida, o que lhe permitiu aprovar legislações bipartidárias como a Lei de Infraestrutura.
Entretanto, analistas alertam que a implementação deste plano pode depender da configuração do Congresso após as eleições de novembro. A atual margem mínima de controle dos democratas no Senado (51-49) faz com que qualquer agenda mais audaciosa dependa de negociações com republicanos moderados.
Com esse arcabouço, Biden tenta não apenas preparar o terreno para um possível segundo mandato, mas também reforçar sua posição em um cenário político conturbado.