Pesquisadores anunciaram a identificação de uma nova espécie de crocodilo pré-histórico na Amazônia, transformando a região em um importante polo de descobertas arqueológicas.
O fóssil, encontrado na região do Solimões, viveu há cerca de 8 milhões de anos e foi nomeado Gryposuchus pachakamue, conforme estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society.
A descoberta foi realizada por cientistas especializados em paleontologia, contando com colaboração internacional. A pesquisa foi divulgada em abril de 2025, datando o fóssil de aproximadamente 8 milhões de anos. A nova espécie foi encontrada na bacia do Solimões, com o objetivo de entender melhor a diversidade e evolução dos crocodiliformes na era pré-histórica. O processo envolveu análise detalhada de fósseis, utilizando técnicas modernas de comparação morfológica e anatômica.
O Gryposuchus pachakamue é um representante do grupo dos gavialóides, crocodilos com focinhos alongados e hábitos aquáticos. A descoberta é significativa, ampliando o conhecimento sobre a diversidade dos crocodiliformes que habitaram a Amazônia durante o Mioceno, uma época em que a região era dominada por grandes rios e lagos. O nome da espécie remete à língua indígena local, refletindo a conexão cultural e geográfica da descoberta.
Essa nova espécie ajuda a preencher lacunas na evolução dos crocodilos na América do Sul, mostrando que eram mais variados do que se imaginava. A pesquisa também revela que esses animais possuíam adaptações específicas para o ambiente aquático, essencial para a compreensão da fauna extinta da Amazônia.
A Amazônia se destaca como um importante sítio para descobertas paleontológicas nos últimos anos. Em setembro de 2024, fósseis do Purussaurus brasiliense foram encontrados; este crocodilo gigante, que viveu na Amazônia ocidental, atingia mais de 12 metros de comprimento. Sua descoberta foi facilitada por condições climáticas que expuseram os barrancos do Rio Purus, permitindo a extração dos fósseis.
Essas descobertas reforçam a ideia de que a região amazônica foi um ambiente rico e diversificado para grandes répteis aquáticos, com várias espécies coexistindo e adaptadas a diferentes nichos ecológicos.
A identificação do Gryposuchus pachakamue não apenas amplia o conhecimento científico sobre a evolução dos crocodilos, mas também sublinha a importância da Amazônia como um patrimônio natural e histórico. A região é vital para a biodiversidade atual, além de guardar segredos do passado que podem ajudar na compreensão das mudanças ambientais e biológicas ao longo de milhões de anos.
Essas pesquisas incentivam a preservação dos sítios arqueológicos e paleontológicos, que são fundamentais para futuras descobertas e para promover a educação científica da população local e global.
Essa nova espécie de crocodilo pré-histórico é um marco para a paleontologia sul-americana e fortalece a Amazônia como um território de revelações científicas contínuas, conectando passado e presente em um cenário de biodiversidade única.