Um novo estudo publicado na renomada revista Science em março de 2025 revela um declínio alarmante de 22% na população de borboletas nos Estados Unidos entre os anos de 2000 e 2020. A pesquisa, que abrangeu 554 espécies de borboletas, indica que dois terços das espécies analisadas apresentaram uma redução superior a 10%. O levantamento, conduzido por uma equipe de ecologistas da Michigan State University, se baseou na análise de 12,6 milhões de borboletas a partir de 76 mil pesquisas em diversas regiões do país.
As causas do declínio nas populações de borboletas são multifatoriais. O estudo aponta mudanças climáticas, destruição de habitats e o uso de pesticidas como os principais fatores que contribuem para essa perda significativa. Elise Zipkin, uma das coautoras da pesquisa, enfatiza a urgência da situação:
"Perder 22% das borboletas em duas décadas exige intervenções urgentes". A fragmentação dos ecossistemas e a utilização de neonicotinóides, que têm sido associados ao colapso de polinizadores, intensificam ainda mais o problema.
Ainda assim, a pesquisa traz uma luz de esperança. As borboletas têm um alto potencial reprodutivo, o que sugere que, com as intervenções corretas, é possível reverter essa tendência. Entre as recomendações dos especialistas estão:
O declínio das borboletas não afeta apenas essas espécies em particular, mas também tem um impacto devastador sobre a biodiversidade como um todo. Por serem polinizadoras, as borboletas exercem um papel vital em ecossistemas e na agricultura, sendo responsáveis por polinizar cerca de 75% das culturas alimentares. Zipkin alerta:
"Estamos perdendo peças fundamentais do ecossistema", ressaltando a interconexão entre a saúde ambiental e a sobrevivência de várias espécies, incluindo aves e mamíferos.
Os resultados do estudo servem como um chamado para ação em nível de políticas públicas. Iniciativas como os corredores ecológicos e a criação de jardins para polinizadores em áreas urbanas estão sendo cada vez mais incentivadas como soluções viáveis para mitigar essa crise. Os pesquisadores afirmam que o tempo para reverter essa situação crítica está escasseando, mas ainda existe a possibilidade de evitar um "EUA sem borboletas".
Em suma, o estudo não apenas fornece dados alarmantes sobre o declínio das borboletas, mas também destaca a importância de estratégias de conservação eficazes. A restauração dos habitats naturais e a redução do uso de pesticidas são passos cruciais para garantir a sobrevivência dessas espécies e a saúde dos ecossistemas nos quais habitam.