Um juiz federal bloqueou temporariamente a política da administração Trump que restringia mudanças nos marcadores de gênero em passaportes, numa decisão que impacta diretamente pessoas transgênero, não binárias e intersexo nos Estados Unidos. A medida, contestada judicialmente pela ACLU, foi considerada discriminatória e uma violação da Constituição americana, representando uma vitória significativa para os direitos LGBTQ+.
A decisão, emitida no dia 18 de abril de 2025, no tribunal federal americano, afeta a ACLU e dá suporte às pessoas que enfrentam discriminação devido à política que impedia alterações nos documentos de identificação. Essa política excluía a possibilidade de uso da designação 'X' para pessoas não binárias, exigindo que o marcador de gênero nos passaportes correspondesse ao sexo atribuído no nascimento.
A ordem executiva assinada por Donald Trump em janeiro de 2025 instituiu uma definição de gênero rígida, limitando-o a masculino ou feminino. Essa medida significou um retrocesso em relação a três décadas de precedentes, dificultando a obtenção de passaportes que refletissem a identidade verdadeira de pessoas trans e não binárias. A ACLU argumentou que essa política negava a dignidade e direitos básicos, chamando-a de "arbitrária e caprichosa".
A implementação dessa política resultou em atrasos e recusas na emissão de passaportes adequados, prejudicando a vida de muitos. Um caso destacado foi o de uma mulher que teve seu passaporte devolvido com um marcador masculino, enquanto outro solicitante aguardava há meses pela atualização de seu nome e gênero, impedindo sua participação em eventos familiares importantes.
A decisão foi celebrada como uma importante vitória na luta contra a discriminação por Li Nowlin-Sohl, advogada sênior da ACLU para projetos LGBTQ+ e HIV. Ele declarou que a política do Departamento de Estado era uma barreira sem fundamento para a dignidade dessas pessoas. A ACLU planeja pedir que a liminar se estenda para proteger todos os cidadãos trans e não binários, garantindo assim uma legislação mais inclusiva e justa.
O bloqueio judicial à política de passaportes da administração Trump representa um avanço crucial na luta pelos direitos das pessoas transgênero nos Estados Unidos. A decisão não só reafirma o compromisso constitucional com igualdade e dignidade, mas também serve como um chamado à ação para a implementação de políticas públicas que respeitem a diversidade de gênero e promovam os direitos civis, em oposição a medidas baseadas em preconceitos.