Pesquisadores das universidades de Berkeley e Washington anunciaram um avanço inédito na percepção visual humana, ao desenvolverem uma nova cor chamada "olo", que não pode ser vista pelo olho humano em condições normais. O estudo, publicado em abril de 2025, é resultado de uma pesquisa pioneira que busca entender melhor o funcionamento da retina e expandir os limites da percepção através da tecnologia.
A cor "olo" foi descrita por voluntários do estudo como um azul-esverdeado profundamente saturado, que não pode ser reproduzido por nenhuma combinação de cores visíveis. Isso ocorre porque a nova cor é gerada pela ativação seletiva dos cones M da retina, as células responsáveis por captar a luz em uma faixa específica do espectro. Em condições normais, a luz que ativa os cones M também estimula os cones L e S, limitando a gama de cores que podemos perceber. No entanto, o sistema experimental utilizado pelos pesquisadores permite a ativação isolada dos cones M, criando assim uma nova experiência visual.
A tecnologia utilizada para criar a cor "olo" chama-se Oz e combina técnicas avançadas de optoretinografia e oftalmoscopia com varredura por luz adaptativa (AOSLO). Este sistema é capaz de direcionar micropulsos de laser a uma taxa de 105 feixes por segundo, permitindo estimular individualmente as células M da retina. Essa abordagem proporciona a criação de cores que não existem na natureza, ampliando a capacidade visual humana para além do conhecido arco-íris.
A descoberta da cor "olo" abre um leque de possibilidades para a neurociência, ciência da visão e tecnologia óptica. Os pesquisadores acreditam que entender como o cérebro interpreta essas novas cores poderá revolucionar tratamentos para deficiências visuais e desenvolver dispositivos de realidade aumentada e virtual com uma paleta de cores expandida. Além disso, essa inovação pode influenciar significativamente áreas como design, arte e comunicação visual, permitindo a exploração de imagens e ambientes com cores até então inimagináveis.
Enquanto isso, cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, também fizeram uma descoberta relacionada: cores vivas que são invisíveis sob iluminação normal, mas que podem emergir sob condições específicas de luz. Essa pesquisa, publicada na revista *Advanced Optical Materials*, ressalta o potencial da manipulação da luz em nanoestruturas para gerar cores que desafiam as explicações tradicionais na física e química, expandindo ainda mais o campo da ciência das cores.
A criação da cor "olo" simboliza um marco na ciência da visão, mostrando que a compreensão da experiência humana pode evoluir por meio da inovação tecnológica. O futuro é promissor, trazendo a possibilidade de novas cores e experiências visuais, enriquecendo ainda mais nossa compreensão sobre o funcionamento do olho humano.