No Brasil, uma pesquisa recente revelou que cerca de **34% da população urbana**, ou **14,9 milhões de domicílios**, estão situados em regiões onde não há **nenhuma árvore** nas ruas próximas. Isso representa mais de **50 milhões de brasileiros** vivendo sem sombra, frescor e os benefícios ambientais que as árvores oferecem.
A região Norte do país é a mais afetada, com **63,3% dos domicílios urbanos** sem árvores nas proximidades. Em contraste, o Sudeste apresenta uma cobertura melhor, com **26,5%** das residências sem árvores. Essa disparidade revela desigualdades socioeconômicas, uma vez que domicílios com renda per capita mensal de até um quarto do salário mínimo apresentam uma ausência de árvores de **43,2%**, enquanto nas residências com renda superior a dois salários mínimos, esse índice cai para **21,5%**.
A ausência de árvores não afeta apenas a estética das cidades, mas também tem sérias consequências para a saúde pública. Árvores são essenciais na melhoria da qualidade do ar, **filtrando poluentes** que podem causar doenças respiratórias e cardiovasculares. Sem elas, observe-se um aumento da poluição e um risco elevado à saúde pública.
Além disso, a falta de vegetação causa um aumento significativo na temperatura urbana, intensificando o **efeito de ilha de calor**, que pode elevar a temperatura local em **4 a 5 graus Celsius**. Por exemplo, em **Jerônimo Monteiro (ES)**, a temperatura chegou a impressionantes **40,5ºC** em 2024 devido à baixa cobertura vegetal.
Os impactos da ausência de árvores incluem a diminuição da biodiversidade urbana e o agravamento de problemas de drenagem. A falta de áreas verdes também está ligada ao aumento do **estresse e da ansiedade**, o que prejudica a saúde mental da população. Cidades sem árvores tendem a ter pior qualidade de vida, tornando-se locais menos convidativos para os moradores.
O Brasil enfrenta enormes desafios em quantificar e monitorar sua **arborização urbana**. Fatores como falta de padronização na contagem de árvores, definições variáveis e dados desatualizados dificultam uma avaliação precisa e a formulação de políticas públicas eficazes. Também é evidente a precariedade da infraestrutura urbana em várias cidades, com ausência de calçadas e bueiros, o que complica o plantio e a manutenção das árvores.
Municípios como **Jerônimo Monteiro** possuem a menor cobertura vegetal do Brasil, com apenas **1,002%** de área verde, muito abaixo do mínimo recomendado de **20%** pela ***Organização Mundial da Saúde*** (OMS). Para combater essa situação, o governo federal lançou o **Cadastro Ambiental Urbano (CAU)**, que incentiva municípios a aumentar a quantidade e qualidade de áreas verdes urbanas, disponibilizando recursos financeiros para localidades cadastradas.
Cidades como **Campo Grande (MS)**, **São Paulo (SP)** e **Curitiba (PR)** têm se destacado positivamente, adotando programas estruturados de plantio e manutenção de árvores, além de manterem dados atualizados sobre a arborização de suas áreas urbanas.