No dia 15 de abril de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu conceder prisão domiciliar ao pastor Jorge Luiz dos Santos, que havia sido condenado a 16 anos e quatro meses de prisão devido à sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Essa decisão do ministro contraria a posição da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendia a manutenção da detenção em regime fechado.
Os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023 culminaram em várias condenações, dentre as quais a do pastor Jorge Luiz dos Santos se destaca. Ele foi acusado de ter um papel ativo nos eventos e, posteriormente, sentenciado a uma pena significativa, refletindo a gravidade das ações durante aqueles dias de violência e desordem pública.
A decisão de Moraes para a concessão da prisão domiciliar baseou-se em laudos médicos que evidenciam problemas cardíacos de Jorge, incluindo hipertensão arterial e a necessidade de uma cirurgia. A PGR, liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet, contestou essa decisão, argumentando que o tratamento médico necessário poderia ser realizado mesmo dentro do regime fechado, e, portanto, a prisão domiciliar não seria justificada.
Além de permitir que o pastor permaneça em casa, a decisão de Moraes impõe várias condições rigorosas. Jorge Luiz dos Santos deverá utilizar uma tornozeleira eletrônica, terá proibições de acessar redes sociais e de se comunicar com outros indivíduos investigados relacionados aos atos golpistas. Além disso, restrições quanto a visitas em sua residência também foram estabelecidas. O descumprimento de qualquer uma dessas condições poderá resultar em um retorno ao regime de prisão fechado.
Essa decisão do ministro Moraes ocorre em um ambiente político marcado por tensões e debates acalorados. Há discursos incessantes sobre a possibilidade de anistia para aqueles envolvidos nos atos golpistas, e a oposição já começou a exercer pressão em favor de penas mais brandas. Alguns ministros do STF acreditam que flexibilizar as punições poderia reduzir a pressão sobre a eventual proposta de anistia.
Assim, a concessão de prisão domiciliar ao pastor Jorge Luiz dos Santos não só reflete questões jurídicas e de saúde, mas também se insere em um contexto mais amplo de disputas políticas em torno das consequências dos atos golpistas de janeiro de 2023.