Trevor Milton, fundador da Nikola, se vê no olho do furacão após ser acusado de tentar obstruir o processo de falência da empresa. Esta controvérsia surge logo após Milton ter recebido um perdão do ex-presidente Donald Trump, após ser condenado por fraude de valores mobiliários. Agora, ele tenta adquirir os ativos da Nikola, que entrou com pedido de falência em fevereiro.
A Nikola, ao longo dos últimos meses, vem enfrentando uma série de dificuldades. Entre os principais desafios estão incidentes relacionados a problemas com baterias, recall de produtos e, mais gravemente, uma crise financeira. Reportes indicam que a empresa possui dívidas que variam entre 1 bilhão e 10 bilhões de dólares, enquanto seus ativos são estimados em apenas metade desse montante. Atualmente, a Nikola possui apenas 47 milhões de dólares em caixa e iniciou um processo de venda supervisionado pela corte, que deverá ser concluído até abril.
O foco da controvérsia é a intenção de Milton de adquirir os ativos da Nikola por meio da entidade ISSO LLC. Contudo, sua tentativa foi barrada pela empresa, que se opôs à visita de Milton às instalações localizadas em Coolidge, Arizona, classificando a ação dele como um "golpe publicitário". O juiz Thomas Horan apoiou a decisão de restringir o acesso de Milton, citando preocupações sobre seu comportamento passado e suas motivações.
Nas audiências judiciais recentes, um advogado da Nikola expressou ceticismo em relação às intenções de Milton. Ele sugeriu a possibilidade de que Milton esteja manipulando o processo em função de um prêmio de arbitragem de 168 milhões de dólares que ele deve à empresa. Apesar da venda dos ativos da Nikola para a Lucid Motors ter sido aprovada sem objeções, a presença de um representante de ISSO acende um alerta sobre o potencial de Milton para causar mais problemas no já tumultuado cenário da empresa.
Esta situação levanta questões sobre as implicações futuras para a Nikola e seu processo de falência. Enquanto Milton continua a trilhar um caminho controverso após seu perdão, o futuro da empresa se mostra cada vez mais incerto, exigindo uma vigilância constante da corte e dos envolvidos.