Desde tempos remotos, a prática de se alimentar de forma estruturada tem sido um elemento crucial na vida humana. Apesar de muitos acreditarem que a rotina de fazer três refeições por dia é uma norma natural, essa prática é uma construção social que se desenvolveu ao longo dos séculos. Nossos ancestrais, por exemplo, não seguiam um padrão de três refeições diárias, optando por se alimentar conforme a disponibilidade de alimentos e as demandas de sua rotina.
A história da culinária remonta a aproximadamente 1,9 milhão de anos, época em que os primeiros seres humanos começaram a cozinhar. Esta inovação não só diversificou a dieta, mas também potencializou a extração de calorias dos alimentos, oferecendo mais energia para a realização de outras tarefas. Com a culinária, houve uma transformação física nos seres humanos, como a redução do tamanho dos dentes, que foram adaptados ao consumo de alimentos cozidos.
Com a Revolução Neolítica, há cerca de 12.000 anos, a transição para assentamentos permanentes permitiu um excedente na produção de alimentos, resultando em uma evolução nas práticas alimentares. Nesse período, as refeições passaram a ser mais regulares e começaram a formar o que hoje conhecemos como refeições principais e secundárias. O padrão de três refeições diárias começou a se solidificar ao longo do tempo, especialmente com influências da Revolução Industrial e da Marinha Real Britânica, que institucionalizaram o café da manhã, o almoço e o jantar.
A comensalidade, ou a prática de se alimentar em conjunto, é uma característica que se entrelaça com a história da humanidade. Desde os tempos de caça e coleta até as civilizações mais estruturadas, a refeição em grupo sempre foi um importante evento. Com a descoberta do fogo, que viabilizou o cozimento dos alimentos, as refeições se tornaram momentos de socialização e reforço dos laços comunitários.
Atualmente, mesmo com a flexibilidade nos horários das refeições, a tradição de realizar três refeições por dia continua a ser uma norma cultural significativa. Essa prática não se limita a satisfazer necessidades nutricionais, mas também reflete a importância das refeições como momentos de interação social e fortalecimento dos vínculos familiares. Como a alimentação é um aspecto intrínseco da cultura, as tradições em torno das refeições permanecem relevantes, adaptando-se às mudanças na sociedade e no estilo de vida.